Resultados de busca

O dia 08 de setembro, quando a Igreja celebra a Natividade da Bem-aventurada Virgem Maria, a Paróquia de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Ibitiara, celebrou com grande devoção o dia de sua padroeira, encerrando um belo novenário que preparou os corações dos fiéis ao longo dos últimos dias para esta grande festa. A programação do dia festivo começou cedo, às 06 horas, com uma emocionante alvorada, seguida da recitação do Ofício da Imaculada Conceição na Igreja Matriz. À tarde, a solene Celebração Eucarística, presidida pelo bispo diocesano, Dom Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R, foi o ponto alto do dia. Na ocasião, foi entronizada na Matriz a nova imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso. Momento singular e emocionante para todos que aguardavam com suspense. Em seguida, o bispo abençoou a imagem, coroada posteriormente. Após a Celebração Eucarística, a comunidade saiu em procissão pelas ruas da cidade, expressando sua devoção a Nossa Senhora do Bom Sucesso. A festa foi concluída com um animado show de Ramon Brito, que trouxe alegria e confraternização para todos. A Paróquia agradece a todos que se envolveram e participaram das celebrações e do novenário, reforçando o espírito de unidade e fé que marca a caminhada desta comunidade. Que a intercessão de Nossa Senhora do Bom Sucesso continue a nos aproximar de seu Filho Jesus.

Nos dias 16 e 17 de setembro de 2024, Dom Vicente visitou as terras vermelhas da Paróquia de Santa Luzia de Ibipitanga-BA, para a Celebração da Crisma de 112 jovens e adultos. Acompanhado pelo Padre Marcos Bento, Administrador Paroquial, quatro celebrações foram realizadas em três dos quatro setores da Paróquia, ampliando a participação dos fiéis e favorecendo o contato do pastor com o chão da realidade onde vivem suas ovelhas. Na tarde da segunda-feira, 16, enquanto o sol se punha, o grupo de canto litúrgico já aguardava a chegada do Bispo diocesano para acolhê-lo cantando alegremente no interior da pequena Capela da Comunidade de São João Batista da Encantada. No encanto do encontro ressoou o refrão “essa Igreja ama você”, assinalando o amor das ovelhas pelo seu pastor. Numa silenciosa e bonita celebração campal, pois a Capela não comportaria tanta gente reunida, Dom Vicente presidiu a Celebração Eucarística em que os jovens da comunidade anfitriã e das Comunidades de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Bom Sucesso e São Pedro de Várzea de São João receberam o Sacramento da Crisma. Em seguida, do outro lado do município de Ibipitanga, na Capela do Senhor Bom Jesus da Comunidade do Campo Grande numerosos fiéis já estavam à espera do pastor que, ao chegar, encontrou os crismandos com um cartaz de boas-vindas, ao som de uma música com palavras calorosas de acolhida. A celebração cuidadosamente preparada destacou a alegria que confirma a vinda do Espírito Santo sobre a Igreja reunida. Jovens e adultos dessa e de outras comunidades (Nossa Senhora da Saúde do Sutil, Nossa Senhora da Conceição do Cipó e Nossa Senhora de Fátima do Pajeú) receberam mais um sacramento da Iniciação Cristã, para confirmar a fé recebida no Batismo. No dia seguinte, 17, sentindo na pele os fortes ventos típico da região enriquecida pela Serra da Mangabeira, jovens das Comunidades de Nossa Senhora Aparecida de Alvinópolis, Sagrada Família da Lagoa Nova e Santa Teresinha do Menino Jesus do Paga-Tempo receberam o Sacramento da Crisma. Na oportunidade, Dom Vicente, com palavras inspiradoras, exortou os jovens a levarem uma vinda segundo o Espírito, recordando que o Espírito é visível nas obras de quem O recebe. “O fruto do Espírito, porém, é: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade. Bondade, lealdade, mansidão, domínio próprio” (Gl 5,22-23a). Por fim, na Igreja Matriz dedicada a Santa Luzia, um considerável grupo de adultos recebeu o Sacramento da Crisma. Eles participaram da Catequese com Adultos, que já acontece há alguns anos em na Paróquia, como necessária formação para homens e mulheres, que, por múltiplas circunstâncias, não receberam a devida formação cristã na infância e adolescência, ou que só na vida adulta decidiram abraçar livremente a fé cristã na Igreja Católica.  Nos últimos anos, o padre Marcos Bento, com o auxílio de outros catequistas, tem se encarregado de conduzir esse processo de cultivo e maturidade espiritual. Inclusive, a Catequese com Adultos caminha para se tornar a principal referência de formação permanente na Paróquia, atraindo muitos outros fiéis que já receberam os Sacramentos da Iniciação Cristã, mas que buscam aprofundar no contato com a Palavra de Deus e na compreensão das verdades da Profissão de Fé (Creio). A visita do Bispo Diocesano por ocasião da Celebração do Sacramento da Crisma renova a caminhada de fé da Paróquia, que ganha com os que formam crismados novos colaboradores na sua ação pastoral-missionária. De fato, receber o Sacramento da Crisma não é uma festa de formatura que dá um certificado de dispensa da vida eclesial ou passaporte para romper o vínculo com a Igreja Católica, mas afirmação consciente para seguir Jesus numa vida de comunhão e missão. O cultivo espiritual pela oração, a leitura e meditação da Bíblia, a vivência sacramental e o testemunho autêntico da fé no cotidiano da vida são sinais evidentes de uma vida orientada pelo Espírito. “Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus” (Rm 8,14). Registros: PASCOM Paróquia de Santa Luzia de Ibipitanga  Texto: Pe. Marcos Bento Revisão: PASCOM Diocesana

Neste fim de semana, 22 e 23/02, o Vicariato Nossa Senhora da Conceição, formado pelas Paróquias do Bom Jesus de Barra da Estiva, São Bento de Ibicoara, Santo Antônio Iramaia e São João Batista de Mucugê, se reuniram para celebrar o Jubileu Eucarístico dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística. Nossa Paróquia do Bom Jesus teve a alegria de sediar este encontro de renovação da fé e formação cristã. Aconteceram momentos riquíssimos de formação litúrgica e oração profunda, na presença do Santíssimo Sacramento. Houve reflexão sobre a espiritualidade do MESCE e uma bonita procissão, expressando publicamente, pelas ruas da cidade, a fé católica e o desejo de servir a Deus na comunidade. Durante a missa, novos ministros das Paróquias de São Bento de Ibicoara e Santo Antônio de Iramaia foram instituídos no ministério, e, na oportunidade, os demais puderam renovar seu sim a Deus e Igreja.

Aconteceu entre os dias 22 e 23/02 o encontro de formação bíblico-litúrgica, realizado na Paróquia de São João Batista, em Contendas do Sincorá. Na ocasião, coordenadores, ministros extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística (MESCEs), catequistas e demais líderes e agentes de pastoral das comunidades, bem como da matriz, foram contemplados com uma formação que enriqueceu e contribuiu significativamente para a continuidade do chamado e do serviço missionário. Na manhã de sábado, foi realizada a abertura do encontro com a Santa Missa da Festa da Cátedra de São Pedro Apóstolo. Em seguida, conduzidos pelo Pe. Ailton Ribeiro, da Paróquia de Nossa Senhora do Bom Sucesso (Ibitiara), os presentes aprofundaram-se no conhecimento acerca da Santa Missa, suas partes, ritos e demais elementos que envolvem este momento que, nas palavras do formador, “não é um como se fosse, mas é a atualização do ato de amor e doação realizado por Jesus na Última Ceia, perpetuado por seus discípulos e por nós hoje, quando nos reunimos para celebrar a Eucaristia.” Na tarde de sábado e durante o domingo, que também teve como abertura a Santa Missa do VII Domingo do Tempo Comum, os conhecimentos foram ministrados pelo seminarista Anderson Rodrigues. Ele exortou os paroquianos a compreenderem a Bíblia como um livro escrito por várias mãos, que revela a face de um Deus que, desde o Primeiro Testamento, mas sobretudo a partir de Jesus, caminha com seu povo e vem ao encontro de nossas mais profundas necessidades. O encontro constituiu-se em uma ocasião profunda de reflexão e renovação da fé, onde se tornou visível a alegria dos presentes em partilhar a caminhada e receber novas orientações acerca de como prosseguir mais eficazmente em seu chamado. Que o Bom Deus continue a abençoar-nos e faça frutificar tudo aquilo que foi plantado nos corações durante este memorável momento.

No dia 8 de maio, 132 membros do Colégio de Cardeais, reunidos em conclave na Capela Sistina, elegeram o Cardeal Robert Francis Prevost como o 267º Papa da Igreja Católica, que assumiu o nome de Leão XIV. Sua eleição representa um marco histórico, sendo o primeiro pontífice agostiniano e o primeiro papa norte-americano.   Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Prevost tem 69 anos, foi Superior Geral da Ordem Agostiniana, Bispo Diocesano no Peru, Prefeito do Dicastério para os Bispos e, em fevereiro de 2025, foi promovido à ordem dos bispos.   Em sua primeira aparição na sacada da Basílica de São Pedro, Leão XIV dirigiu-se aos fiéis em italiano e espanhol, recordando com carinho sua missão em terras peruanas, e conclamando a Igreja a construir pontes de paz e fraternidade. Seu pontificado inicia-se com o compromisso de continuidade das reformas iniciadas pelo Papa Francisco, com ênfase na sinodalidade, justiça social e atenção às periferias.   O brasão escolhido pelo Sucessor de Pedro confirma o anterior, referente a sua consagração episcopal, bem como o lema “In Illo uno unum” – pelas palavras de Santo Agostinho: “embora nós, cristãos, sejamos muitos, no único Cristo somos um”.   A Missa de início do Pontificado está marcada para o dia 18 de maio, na Praça de São Pedro, ocasião que marcará também sua missa pública inaugural. Já a sua primeira audiência geral com o público será realizada em 21 de maio.

No silêncio da Serra do Gentil, em Piatã (BA), repousam testemunhos milenares da presença humana sobre essa terra abençoada. No local, encontram-se pinturas rupestres pré-históricas do período paleolítico, gravadas há cerca de 10 mil anos, onde é possível perceber traços de espiritualidade, vida e comunhão com a criação – sinais escritos em pedras, com tintas extraídas da própria terra. A Serra do Gentil é um lugar sagrado da memória, onde o tempo parece rezar em silêncio. Diante dessas marcas ancestrais, somos convidados à reverência e à gratidão por uma história que nos antecede e sustenta. Preservar esse patrimônio é também um ato de fé e justiça: um reconhecimento da dignidade dos povos originários e do valor espiritual da criação de Deus, que se manifesta na beleza da cultura e da terra.

No último dia 11 de maio, a Paróquia de Boninal viveu uma intensa experiência de fé e devoção com a celebração da tradicional Festa do Senhor do Bonfim. A celebração teve início às 16h00, em frente à igreja matriz, reunindo fiéis das comunidades da paróquia e diversos padres do vicariato. Estiveram presentes: Padre Élcio Padre Jucimar Padre Pablo O pároco padre Adriano Dom Vicente, bispo que presidiu a celebração eucarística. Participaram também dois seminaristas em síntese vocacional, Anderson Rodrigues e João Batista que realiza seu estagio na Paróquia de Boninal,  além dos seminaristas Diogo e Marcelino, do propedêutico. Após a bênção final, os fiéis seguiram em procissão pelas ruas, acompanhados pela Filarmónica, num momento de grande emoção e espiritualidade. Que o Senhor do Bonfim continue a abençoar a todos nós!

Onde há vida, há esperança. Este é um ditado que tenho levado comigo, principalmente nos últimos tempos. Talvez por estar envolvido com cenários difíceis. Situações delicadas. Feridas humanas e da natureza. Esse esperançar por coisas novas tenha aguçado minha expectativa por vestígios da vida nos escombros da morte. E me fez desejar caminhos de esperança para nós e para toda sagrada criação divina. Se choro com tantos gritos, também me alegro com verdadeiros milagres do amor. Outro dia, no meu pequeno jardim, visitou-me um beija-flor. Então, pensei: as flores que semeei atraíram uma espécie tão dócil e ágil. Fiz uma festa com aquele bichinho. Creio nessa esperança impressa em tudo que existe. Como não reconhecê-la no broto de uma semente! Ou no sorriso de um infante. São tantos os seus sinais. Tenho me sensibilizado com aquelas situações nas quais a esperança está por um fio. Tento, nessas fronteiras, fazer o meu possível. Considerando-a em sua dimensão mais cristã, podemos avançar ainda mais. Nesse sentido, penso que a esperança anda de mãos dadas com a fé e o amor. É como criança aprendiz. Não caminha sozinha. Precisa de companhia. Nascida do céu, sua fonte perene, cresce no coração peregrino que busca amar. De Deus ela ganha as asas que a faz voar. E ter visões de paz e justiça. Mas precisa de nossos pés para que os sonhos se tornem projetos concretos. Ela é a ponte que liga o crer ao viver real de cada dia. Em Jesus, tem sua expressão mais plena. Ele que, unido ao Pai do céu, ensinou-nos a amar o próximo. Destruindo a morte, pelo seu Espírito, inaugurou um mundo novo. Doou-nos uma nova esperança. A convicção de que o amor vence o ódio, a vida vence a morte, a solidariedade é mais forte do que a ganância. É pena que muitos compreendem o esperar como pura espera. E cruzam os braços diante dos desafios da vida. Há também quem obstrui, com uma vida egoísta, os canais da bondade e do bem. Na ânsia do ter, busca dominar a terra, causando sofrimentos socioambientais. Infelizmente, no mundo atual está muito presente uma grande injustiça social e ecológica. A partir do Evangelho, somos chamados a transformar essa realidade. Ser profecia de fraternidade no meio de tantos egoísmos; lutar pela proteção da casa comum diante de crimes ecológicos; anunciar o Deus de amor em confronto com espiritualidades que impõem medo nas pessoas; esses são frutos visíveis de esperança cristã. Na missão de anunciar o Evangelho, com a companhia de Nossa Senhora do Livramento, sejamos, de fato, peregrinos de esperança!   Dom Vicente de Paula Ferreira Bispo da Diocese de Livramento de Nossa Senhora (BA)

A Paróquia do Senhor Bom Jesus de Piatã, em profunda comunhão de fé, celebrou com grande júbilo o Sacramento da Crisma na Comunidade Nossa Senhora de Guadalupe, no dia 11 de maio. A cerimônia, marcada pela presença vibrante dos fiéis e de familiares dos crismandos, representou um momento singular de graça e fortalecimento espiritual. Durante o rito, os jovens, após um período de preparação catequética, receberam a unção do Santo Crisma, sinal visível da plenitude do Espírito Santo, que os confirma na fé e os envia em missão para testemunhar o Evangelho. Com os corações inflamados pela fé, os recém-crismados foram convidados pelo Bispo Diocesano, Dom Vicente Ferreira, a assumirem, com renovado ardor, a missão de discípulos e missionários, sendo sal da terra e luz do mundo em suas comunidades e famílias. Que o Espírito de Deus os conduza sempre no caminho da santidade e do serviço ao próximo!

Dom Vicente Ferreira Borboleta voou, linda de se ver. No vento, o novo ser. Asas de casulo.   No quarto escuro, mãe de nova criança. A aldeia virou dança, em festiva cantoria.   Poeta fez poesia. E a vida floresceu na mente de quem leu. Ciclos do bem viver.   O crente orou seu crer. Lutou por injustiça e mais... vestígios pascais. Divino reinado!   Jesus, o crucificado, venceu o dragão... a morte. Com seu clarão iluminou toda a matéria.   O riso ou coisa séria, a estrada e o viajante. Por Ele, sol fulgurante, virou verbo a esperança.   Sua páscoa tudo alcança, do infinito ao menor vivente. Ele, a chama transparente... calor de eterno amor.

Na manhã do dia 21 de abril de 2025, recebemos a triste notícia da morte de nosso querido Papa Francisco. Ele faleceu em Roma, às 07h35, horário local, aos 88 anos de idade. Nos últimos meses, vinha lutando com suas limitações de saúde, sem perder a lucidez e o bom humor. O Cardeal Jorge Mario Bergoglio, Jesuíta, natural de Buenos Aires, Argentina, foi eleito o 266º papa, em 13 de março de 2013, ficando 12 anos como Romano Pontífice. Nesta Oitava da Páscoa, o Evangelho de Mateus apresenta-nos as palavras de Jesus a algumas mulheres. Elas que haviam deixado seu sepulcro, ao procurarem por Ele. “Alegrai-vos, não tenhais medo... ide anunciar” (Mt 28, 9-11). Diante desta manifestação do Cristo Ressuscitado, assim como tantas outras que ouviremos neste largo período pascal, somos convocados a reafirmar nosso crer na ressurreição, na vida que vem d´Ele, o Vivente. Olhando para a própria estrutura do universo, da criação, podemos constatar uma gramática de transformações geradoras dos planetas, dos seres vivos, de tantas criaturas. Em tudo, a vida se desponta como milagre sagrado, dom de Deus, que possui a marca crística, garantida pelo selo do Espírito Santo. Jesus, o Filho de Deus, revelou que tudo isso que, de forma limitada, experimentamos em nossa vida e na natureza, são marcas que nos apontam para algo maior. A glória de Deus. Ele que, em sua existência terrena, passou fazendo o bem, foi crucificado pela maldade de poderes mundanos, venceu a morte, inaugurou o Reino de paz e justiça, reinado do mandamento do amor, revelou o governo divino sobre tudo e todos. E, como nova humanidade, mostrou-nos que nosso destino é a vida eterna, o paraíso que virá em plenitude, que já se faz presente através do mistério de sua ressurreição. Que alegria sentir essa graça que vem do Senhor, que, como fez com aquelas mulheres, também nos impulsiona a viver o amor em tempos de tantos desafios. Neste clima pascal, envolvidos pelo Jubileu da Esperança, o Senhor da Vida recolheu nosso querido Papa Francisco. Seu legado profético foi uma manifestação clara de quem viveu envolvido por esta realidade pascal cristã. Em tantas situações, Francisco foi uma antecipação da glória celeste no meio das feridas de nossa civilização atual. Pensemos no nome Francisco, escolhido por Ele, opção clara pela simplicidade e pelo compromisso com os mais pobres. Disso ele deu testemunho sobretudo com sua proximidade com as pessoas, lavando os pés dos prisioneiros, abraçando os refugiados, condenando preconceitos em relação às pessoas homossexuais, sendo misericordioso etc. Mais que palavras, seus gestos foram fortes e quebraram barreiras. Combateu o privilégio das hierarquias católicas, exigiu transparência administrativa no Vaticano, foi firme no enfrentamento aos graves abusos de menores. Tudo isto mostra como ele justificou, no cotidiano, o porquê de sua escolha para ser chamado de Francisco. Destacamos, ainda mais, o que ele nos deixou em seus principais documentos. Logo no início do seu magistério, publicou a Encíclica Evangelii Gaudium, a Alegria do Evangelho. Um texto que impulsionou a Igreja a ser uma Igreja em saída para as periferias existências e geográficas, com dinâmica sinodalidade. Restabelecendo seu ardor missionário como comunidade que anuncia a alegria do Evangelho, de modo especial na companhia dos descartados pela ganância humana. Há 10 anos, em 2015, deu-nos um grande e ousado presente: a Laudato Sì, sobre o cuidado da casa comum. Certamente, essa encíclica é sua maior novidade e tem contribuições inesgotáveis para os nossos dias. Nela o Santo Padre afirmou que atravessamos uma grave crise socioambiental, que tem raízes humanas, por conta de uma economia de morte, de um extrativismo que não respeita a criação. E fez a sua inovadora proposta que é: “a Ecologia Integral”. A saber, tudo está interligado no planeta terra e por isso temos que viver uma profunda conversão ecológica, a começar por optar pela sobriedade feliz, objetivando ocupar nosso lugar de guardiães da criação e não de destruidores da mesma. Durante a Pandemia da COVID 19, em 2020, publicou a Fratelli Tutti, sobre a Fraternidade Universal. Um documento que condena a guerra, a pena de morte, e propõe a luta por uma cultura do encontro. Uma civilização capaz de acolher os migrantes, promover o perdão, vencer todas as formas de ódio e construir a paz. Rezemos pelo descanso eterno do Papa Francisco. Para que, junto do Bom Pastor Jesus, interceda a Deus pela Igreja que tanto amou. Para que ela, principalmente nesses dias, tempo de novas escolhas, possa continuar seu profetismo, sendo uma Igreja pobre, dos pobres, que saiba continuar combatendo um sistema global de morte, imposto pela ganância de uma minoria privilegiada. E não abra mão de escolher os escolhidos por Jesus para caminhar com eles, os pobres, os doentes, os refugiados climáticos etc. Cuidando, cada vez mais, da criação que sofre com tantas agressões de poderes econômicos destrutivos. Enfim, que nossa Senhora do Livramento conceda à nossa Diocese uma acolhida real de tudo aquilo que nos deixou o Papa Francisco, em seus tantos exemplos que não podem sofrer retrocessos, em nome do Evangelho de seu Filho Jesus. Ele que, pela sua devoção mariana, escolheu ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em caixão simples, continue nos inspirando a ouvir o que ela disse naquela festa de casamento: “fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2, 5). Um tudo que temos que ir descobrindo em cada passo de nossa história. Mas que, certamente, nestes dias não pode deixar de fora o empenho em ser uma Igreja sinodal, ministerial; a luta por uma civilização pautada no amor fraterno, sem discriminações e descarte da vida; e na defesa do nosso planeta terra, para que não corramos o sério risco de ficar sem o vinho da alegria que é Jesus.     Dom Vicente de Paula Ferreira

No coração da Chapada Diamantina, a comunidade quilombola de Bocaina, em Piatã (BA), com mais de dois séculos de história, floresce através da agricultura familiar, do artesanato e da sabedoria ancestral. Suas mais de 100 famílias cultivam a terra com fé e amor, extraindo dela o sustento e a cultura que alimentam corpo e espírito. As manifestações religiosas, como a Festa dos Santos Reis, entrelaçam-se à vida rotineira, testemunhando a presença viva do sagrado no cotidiano. Porém, nem tudo é feito apenas de cantos, cultivos e fé. Onde a terra deveria dar apenas frutos e esperança, há também feridas abertas pela mineração predatória. Ainda assim, como árvore fincada em solo sagrado, Bocaina resiste. Através de suas lideranças, o povo luta para proteger o território, manter vivas as tradições e garantir dias melhores para as gerações que virão. A comunidade permanece como sinal profético de fé encarnada, cuidando da casa comum e defendendo a sua dignidade.