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- MEMÓRIA: Monsenhor Pedro celebra 50 anos de Vida Presbiteral
No dia 08/12, Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, o Monsenhor Pedro Olímpio celebrou 50 anos de vida ministerial. Ele foi o primeiro padre da Diocese de Livramento e o primeiro padre a ser ordenado por D. Hélio, bispo diocesano à época. Por isso, a vida e o ministério de Monsenhor Pedro marcam a história da Diocese de Livramento. Ele esteve presente e atuante em todos esses 50 anos de caminhada ecelsial de nossa Igreja Particular. Para render graças por esse dia memorável, com o Bispo diocesano, D. Armando, com vários padres da Diocese e com significativa parcela do Povo de Deus da Paróquia de Santo Antônio do Paramirim e região, Monsenhor celebrou a Eucaristia às 10h na Matriz de Santo Antônio. Ao término, os paroquianos expressaram mensagens de carinho e gratid ão ao Monsenhor que por tantos anos cuidou deste rebanho que lhe foi confiado. O Monsenhor dirigiu palavras de gratidão às pessoas, lembrou os tantos desafios que enfrentou no ministério, acentuando a presença do Senhor que o sustentou na missão. Por fim, foi realizado um almoço em que o Monsenhor Pedro compartilhou com o clero da Diocese a alegria de seu aniversário jubilar. Como Diocese, agradecemos a Deus pela vida de Monsenhor Pedro, por sua dedicação e serviço desde as origens de nossa Igreja Particular. Rogamos, ainda, que a Virgem Maria continue a olhar para ele com maternal amor, concedendo-lhe paz e saúde. BIOGRAFIA DO MONSENHOR OLÍMPIO Há 45 anos, enquanto nossa Diocese dava seus primeiros passos, também foi ordenado seu primeiro padre, hoje monsenhor Pedro Olímpio dos Santos. Ele é filho do Sr. Laurindo Manoel dos Santos e da Sra. Eudóxia Olímpia de Souza; nasceu a 9 de dezembro de 1937, no povoado denominado “Onça”, Município de Livramento de Nossa Senhora, Estado da Bahia. No mesmo ano foi batizado na então igreja matriz de Nossa Senhora do Livramento, local onde, em 1942, recebeu o sacramento da Crisma e, em 1952, a Primeira Eucaristia. Iniciou sua vida acadêmica em sua terra natal. Em 1955 ingressou no Seminário Central da Bahia, sediado na Cidade de Salvador, onde cursou filosofia e teologia. Foi Ordenado Sacerdote a 8 de dezembro de 1967, na catedral da recém criada Diocese de Livramento de Nossa Senhora, por Dom Hélio Paschoal, Bispo da mesma Diocese. Mons. Santos chega aos 75 anos natalícios e 45 de sacerdócio em plena atividade pastoral, trazendo consigo relevantes serviços prestados à Igreja, mesmo porque ao longo do seu ministério exerceu e exerce quase todos os ofícios possíveis a um presbítero numa Diocese: de janeiro a março de 1968 trabalhou simultaneamente nas Paróquias do Santíssimo Sacramento de Rio de Contas e São João Batista de Dom Basílio. A 28 de março do mesmo ano assumiu a Paróquia de Santo Antônio do Paramirim ao lado do então vigário, o Padre Benvindo Pereira. Com a morte deste, a 17 de setembro de 1971, tomou posse como Vigário das Paróquias de Nossa Senhora do Carmo de Água Quente (hoje Érico Cardoso) e Santo Antônio do Paramirim, sendo Pároco desta última até a presente data. Foi vigário das Paróquias de Senhor do Bonfim de Rio do Pires e de Santa Luzia de Ibipitanga entre os anos de 1970 a 1977. De novembro de 1981 a janeiro de 2003 foi o coordenador de pastoral da nossa Diocese, bem como o seu Vigário geral de 1991 até hoje. Também em 1991 foi nomeado por Dom Hélio Paschoal membro do Colégio dos Consultores. Ao assumir a Diocese, em 18 de abril de 2004, Dom Armando Bucciol, além de confirmar os ofícios de Vigário geral, membro do Colégio dos Consultores e Pároco de Paramirim, designou o então Padre Pedro Olímpio para Ecônomo Diocesano, ofício que exerceu até 2009. Além da licenciatura em filosofia e teologia, o Mons. Santos fez o curso de Pastoral Vocacional, no ISPAV, Rio de Janeiro, de julho a dezembro de 1968. Em Paramirim, ele se destacou em inúmeros trabalhos sociais: criou a Escola Paroquial de Adultos, em 1969, e o jornal “A Comunidade”, em outubro de 1970; fundou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e teve grande influência na fundação da Escola “Família Agrícola” e implantação do MOBRAL. Por esses serviços e por sua vida exemplar, ao completar 40 anos de sacerdócio, em 2007, o primeiro padre da nossa Diocese foi agraciado pelo Papa Bento XVI com o título honorífico de “Prelado de Honra de Sua Santidade”.
- MEMÓRIA: COMO NÃO FESTEJAR? COMO NÃO AGRADECER?
Com a simplicidade que conduz a própria vida, Dom Armando, rodeado de seus diocesanos, celebrou seus setenta anos natalícios, no último dia 03. Não fosse a iniciativa dos alunos da ETeL e a presença dos padres e religiosas que trabalham no Vicariato de Nossa Senhora do Livramento, ao lado de alguns dos seminaristas e funcionárias da Cúria diocesana, o dia 03 de julho teria sido, por iniciativa de Dom Armando, um dia como outro qualquer, vivido na discrição e para o trabalho. Mas existem datas que não podem passar em branco. Assim, por certo, imaginaram aqueles que tiveram a brilhante ideia de celebrar o aniversário natalício do nosso amado Bispo e grande pastor, com a santa Missa e uma discreta confraternização nas dependências do centro diocesano, por ocasião de mais uma etapa da Escola de Teologia para Leigos, como tiveram os demais acima listados de se encontrarem, na residência episcopal, após a Missa do domingo, para um momento de convívio e um abraço no aniversariante. Iniciativa justa, não só por se tratar do Bispo diocesano, mas por ser nosso dom Armando, que tem sido, ao longo dos últimos 12 anos, nas terras de nossa Senhora do Livramento, um sinal vivo da presença de Deus. Como não festejar nem agradecer a disponibilidade, a entrega generosa ao pastoreio, a simplicidade dada à operacionalidade nem sempre fácil de administrar uma diocese? Como esquecer nessa hora de ação de graças as incansáveis viagens Diocese adentro, em busca dos seus diocesanos, muitos deles quais ovelhas à espera do pastor? Como não louvar a Deus pela presença amiga ao lado dos que sofrem em tantos setores da vida diocesana? Como não tributar o justo louvor pela capacidade de deixar-se impulsionar pelo amor de Cristo, dando corpo a esse mesmo amor e distribuí-lo a tantos em forma de presença pastoral? Como deixar fora dos agradecimentos o fato de ser nosso Bispo um homem incansável, cujas iniciativas e atitudes questionam e até mesmo incomodam os mais jovens? Como não louvar, enfim, a Deus, pelos inúmeros benefícios que Dom Armando tem trazido à nossa Diocese, sendo ele mesmo o nosso grande dom? Deus seja louvado por termos o Bispo que temos e por ter ele a sabedoria de viver seu episcopado como vive, ancorado no ideal do serviço. Se é da mãe que nos vem os melhores cuidados à vida, que a Senhora do Livramento, qual mãe providente, cuide sempre daquele que, dos setenta anos de vida, doze nos foram entregues através do episcopado. Padre Rinaldo Silva Pereira Chanceler do Bispado
- MEMÓRIA: HÁ COISAS QUE NÃO PASSAM
Como quase todas as quartas feiras, dia 05 de abril de 2017 cheguei à Cúria diocesana para trabalhar. Ao cruzar a segunda sala que dá acesso à Chancelaria, uma cadeira vazia, computador desligado e sobre a mesa alguns envelopes e pastas fechadas me lembraram de que as coisas não seriam como antes: verdade, Raiana havia pedido demissão e seu último dia de trabalho tinha sido 1º de abril, ironicamente, dia tido como o da mentira. Naquela hora, fiquei sem graça, meio perdido, pois a parceria de trabalho, troca de experiências, partilha de várias angústias e também de alegrias tinham chegado ao fim, a caminhada tomava outro rumo; ou melhor, Raiana tomou o seu rumo e eu fiquei desfalcado, sem rumo, na Cúria de sempre. Por mais que isto pareça egoísta da minha parte, foi o que senti por vários dias, calado, emburrado e sozinho, ou seja, me dei a oportunidade de ser egoísta mais uma vez, confesso. Perder é sempre ruim e meu sentimento era de perda, por mim e pela Diocese, que parecia irremediavelmente prejudicada. Passado o tempo, remédio que cura tantas feridas tidas como incuráveis, hoje decidi parar para registrar algumas linhas, envolto num nascente sentimento de ação de graças, entendendo, agora, com mais lucidez, que as perdas podem ser recuperadas de algum modo e que Raiana fez e faz por merecer tudo de bom que está acontecendo: Ser aprovada em segundo lugar para o mestrado em Linguística pela UESB é bom demais. Agora, dona Ana Geni (Ninha) tem motivos a mais para sorrir e agradecer a Deus, como Raimundo, já na eternidade, pode agradecer, sem a nebulosidade da condição humana, Àquele que possibilita tais coisas, uma vez que o ser de Raiana vem dos dois, seus pais. Dou conta que a faculdade iniciada, de modo trepidante, em 18 de abril de 2012 e concluída com louvor em 24 de outubro de 2016 ficou para trás, porque a mira intermediaria é o mestrado, que abrirá novas portas e apontará novos rumos. Nesta vida de perdas e ganhos, acabo por perceber que minha perda, e da nossa Diocese em vários aspectos, se torna muito pequena diante do ganho que terão aqueles por cujas vidas Raiana cruzar. Quem conseguiu vencer tantas etapas, enfrentar tantas situações adversas, assumir tarefas diante das quais se imaginava incapaz, pode muito mais. Raiana poderá ser mais que uma musicista que é, ir além do ser notária de um Tribunal Eclesiástico, fará muito mais e de modo excelente o que até abril passado fez em nossa Diocese, através da complexa engrenagem curial e da desafiadora Escola de Teologia para Leigos. Se 02 de outubro de 2006 marcou o início de seu trabalho curial, 25 de abril de 2017 será para Raiana a data de começo do alvissareiro mestrado, não buscado só para si, mas, também, para aqueles que poderão ter a felicidade de com ela conviver e trabalhar, graça que eu e nossa Diocese tivemos por dez anos, tempo durante o qual construímos a amizade vencedora das ausências físicas que o tempo e a vida impõem. Agora, envolto no silêncio desta noite que me inspira, dou conta, aliviado, que posso conviver com a cadeira vazia, computador desligado e pastas fechadas, porque essas mediações óticas, na verdade, interferem apenas no desenrolar de uma função. A gratidão e o reconhecimento que nossa Diocese tem pelo trabalho de Raiana, o legado de mansidão, inteligência e sutileza que ela nos deixa, isto, definitivamente, provoca um mútuo atrelamento, não há como nos perdermos. Padre Rinaldo Silva Pereira Chanceler do bispado
- MEMÓRIA: DOIS ROSTOS, UM PROPÓSITO
Nos dias 19 e 20 passados, vivemos particular momento de Graça em nossa Diocese: dois jovens, vindos de comunidades distintas, possuidores de histórias diversas, movidos por especificidade diferente de carismas se apresentaram diante do nosso Bispo para assumirem o serviço na Igreja, através do ministério presbiteral. No sábado, dia 19, os de perto e os de longe acorremos à altaneira cidade de Ibicoara, terra natal do agora padre Marcos Bento. Lá estava o povo de Deus em festa; deste povo, muitos eram padres, colegas ou não do Ordinando, familiares, seminaristas, religiosas e religiosos, além de representação de muitas comunidades eclesiais. Tudo cuidadosamente preparado e delicadamente executado nos fez sentir em casa, entre irmãos. Para a Celebração, iniciada enquanto o sol se punha, a área de eventos de Ibicoara foi adaptada, tornando-se deveras, o lugar da ação de Deus, dando possibilidade de oração a todos os presentes, valendo fazer menção aos cantos, dentre eles a ladainha, tão harmônica nas vozes, tão cadenciada no ritmo, fazendo o céu nos parecer mais perto. O simples e o solene mais uma vez se entrelaçaram e, abarcados pelo essencial, nos proporcionaram uma linda festa. Já no domingo, dia 20, a catedral diocesana, com repiques dos sinos, portas abertas, liturgicamente aparelhada, repleta de muitos vindos de tantos lugares, acolheu a ordenação presbiteral do padre Júlio César, na primeira metade do dia. Muitos se dedicaram ao momento, cantores e músicos agiram com alta desenvoltura, mantendo a belíssima harmonia entre acordes e vozes, tão cara à Liturgia da nossa Igreja. Vários dos presentes no dia anterior, em Ibicoara, vieram para a catedral e entre eles veio o recém-ordenado padre Marcos, testemunha ativa daquele momento de Graça, sendo ele mesmo um dos que impuseram as mãos no novo irmão de ministério. E os mais atentos puderam ver quando, no momento dos cumprimentos, ao ter suas mãos beijadas pelo padre Marcos, o padre Júlio o retribuiu com igual gesto, por certo no intuito de reverenciar aquele que, como ele, entregou suas mãos à exclusividade do serviço. Visivelmente feliz, Dom Armando presidiu as duas Celebrações, proferiu belas homilias, pontuando a essencialidade do ministério ordenado. Certo é que, por matizes diversos e com um jeito meio diferente de se fazer – comparando uma ordenação à outra – com ritos igualmente sóbrios e solenes, nossa Diocese, pela imposição das mãos e Prece de Ordenação dita pelo Bispo, recebeu num único final de semana mais dois presbíteros, primeira situação aqui ocorrida nestes cinquenta e dois anos de história. E agora temos dois rostos unificados pelo propósito de servir, cada um do seu jeito, com suas especialidades e seus carismas, mas sempre na mesma e única doação associada à d’Aquele que não reservou nada para Si, porque nos deu sua própria vida, o Cristo Senhor. Pe. Rinaldo Pereira Chanceler do Bispado
- MEMÓRIA: POUCA GENTE, CATEDRAL VAZIA, … E MUITA FESTA
O novo coronavírus insiste em ditar as regras e nós, obedecendo-as, fazemos tudo o mais que podemos. Prova disto foi a grande e solene Celebração que ontem tivemos em nossa igreja catedral. Os lugares nos bancos estavam quase todos vazios e, num relance do olhar, os mais otimistas talvez calculassem uns cinquenta fiéis leigos como assembleia celebrante. Muito pouco, é verdade, mas já aprendemos com essa pandemia que festa pode ser feita com poucas pessoas e em espaços vazios, pois o que realmente conta nessas horas não é a frieza do cálculo matemático, mas a intensidade do sentimento com que se celebra, e ela não nos faltou. Assim, com olhares fixos nas duas mesas, ouvidos atentos e sentimento de fé, pudemos render a Deus a mais justa e alta Ação de Graças, levando ao altar do Senhor nossa vida diocesana, pela celebração da Eucaristia: Vida diocesana celebrada na Missa denominada dos santos óleos, quando Dom Armando abençoou os óleos dos enfermos e dos catecúmenos, também consagrando o santo óleo do Crisma; vida diocesana celebrada pela renovação das nossas promessas sacerdotais em torno e sob a autoridade do nosso amado Bispo; vida diocesana celebrada pela concessão do leitorado aos seminaristas Élcio Bonfim Neves e Pablo Barbosa do Prado, ambos caminhando para o sacerdócio ministerial; vida diocesana celebrada num preito de gratidão pelos 49 anos de presbiterado de Dom Armando, por graça de Deus e pela materna providência da Senhora do Livramento, nosso Bispo diocesano desde 18 de abril de 2004. Como não celebrar os quarenta e nove anos de serviço de Dom Armando a Deus e a Igreja? Como deixar despercebido o seu jubileu áureo de ordenação presbiteral? Para quem o conhece e acompanha a etapa dessa doação em nossa Diocese, isso é dobrado dever: primeiro por ser o sacerdócio ministerial um dom de Deus à Igreja; depois, por esse dom ter sido confiado também à pessoa de Armando Bucciol, lá na longínqua Vittorio Veneto, onde há quase cinquenta anos ele se entregou por inteiro. E sendo ele o menor assumido pelo Autor do dom, o maior, o que era mera pessoa física, um ser substantivo, capaz de dizer “eu”, de refletir sobre si mesmo e de ter imagem consciente de si próprio, um ser racional, tornou-se um ser relacional, para os outros, pela via do serviço, que traduz em si a imagem viva e à semelhança com Deus, infectando comunidades, pastorais e movimentos por onde passa, despertando e encantando todas as faixas etárias, atraindo os de todas as classes, fazendo com que nestes rincões da Bahia, de Boninal a Dom Basílio, de Iramaia a Ibitiara, aqui e acolá, quase todos ao menos saibam quem é o bispo de Livramento de Nossa Senhora; outros tantos purificam e enriquecem sua fé a partir do que dele ouvem ou leem, havendo os naturalmente discordantes, porque a palavra de Dom Armando faz a diferença. E o melhor de tudo: todos esses feitos são mais que isso, porque fazer, qualquer bom profissional consegue, mas fazer ao tempo em que está constantemente junto, vive com, abraça, ouve, cuida, consola, conforta, aconselha, repreende, encoraja… tudo isso só faz aquele que associa ao seu ser o desdobrar do ser de Deus que, descendo ao mundo, nada reservou a Si, porque nos deu até a própria vida. Então, precisamos celebrar o ministério de Dom Armando, sim, porque ele se deu ao que o chamou e aqui para nós é o mais belo reflexo dessa realidade tão divina e tão humana, que a Própria nos ensinou a identificar com sendo a figura do BOM PASTOR. Então, como não ser uma grande festa a feita tendo no espaço vintes e três padres – faltando apenas dois, justamente – dois diáconos, dez seminaristas – dos treze que temos – cinquenta leigos, todos rezando juntos a mais excelente de todas as preces, dirigidas ao único Deis verdadeiro com a presidência do Bispo diocesano, cuja presença garante a presença da Igreja inteira, na voz de Santo Inácio de Antioquia! Assim, pandemia, coronavírus, COVID-19, nas terras de Nossa Senhora do Livramento, jamais serão além do que são, por mais ameaçadores que sejam. Quanto a nós, seremos muito mais, pois o que de modo limitado e obediente fizemos foi uma oportuna pausa restauradora a caminho do céu, o grande dia sem ocaso, a festa que não conhece fim. Padre Rinaldo Silva Pereira – chanceler do Bispado –
- MEMÓRIA: UM MISSIONÁRIO, UM DOS NOSSOS, UM IRMÃO
“O futuro a Deus pertence, há males que vêm para bem, nem todo mal é mau” são pérolas da sabedoria popular que nos ajudam a viver e a superar a COVID-19, aterradora em si mesma. Com essa esguelha do pensamento vemos a feliz e a nós benéfica permanência do padre Egídio Menon em nosso meio pelos últimos meses. Sua presença desde o início de fevereiro até a ultima quarta feira é parte do intercâmbio missionário entre nossa Diocese e a de Vittorio Veneto (Itália). Missionário em terras brasileiras anos atrás, dessa vez o padre Egídio veio para acompanhar os primeiros meses de seu colega de ministério, o padre Marco Dal Magro, enviado como missionário de Vittorio Veneto para ser, como o é, Pároco de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Tanhaçu. Em março último, a pandemia, que ainda nos assusta, pôs seus limites nas relações sociais e afetou drasticamente a liberdade de ir e vir, fazendo com que o retorno do padre Egídio, programando para depois de Semana santa, ocorrida em abril, fosse adiado. Certamente, o futuro precisou ser reprogramado, planos refeitos, mas é certo que, continuando conosco, estando em Tanhaçu, o padre Egídio pôde beneficiar a muitos com sua presença, simplicidade e constante bom humor, tudo tão fundamental à pastoral exitosa num mundo cada vez mais complicado, inclusive pelas regras do isolamento social, por ele religiosamente observadas. E assim, os que teriam apenas uma amostra da sua vocação eminentemente missionária e o padre Marco, que o recebeu como a uma espécie de preceptor pastoral em terras brasileiras, todos, enfim, pudemos desfrutar da sua agradável companhia e despojada sabedoria, sempre benéfica, mesmo limitada ou por mais breve que fosse o tempo ao seu lado. Com a progressiva normalidade voltando à Itália, para lá, sua casa, rumou o padre Egídio, na última quarta feira, aqui tendo cumprido sua missão com louvor, fino trato, deixando-nos saudades e aquela convincente impressão que, além de veterano missionário, ele é um dos nossos, um irmão querido, porque sem reservas se juntou a nós no tempo estendido pela pandemia, alterando o futuro que, como todos os outros, desprendido das mãos de Deus, transformou-se num presente absolutamente bom. Ao padre Egídio Menon, nossos sinceros agradecimentos. Padre Rinaldo Silva Pereira – chanceler do Bispado –
- MEMÓRIA: VIDAS QUE SE DOAM A CRISTO E À IGREJA
Mesmo empecilhados pela COVID-19 e aos seus protocolos obedientes, vivemos dias de festa e alegria nos dias 23 e 30 de janeiro passado, quando Max Sabrino e Pablo Dourado, decididos entregar suas vidas a Cristo e à Sua Igreja, assim o fizeram através da respectiva ordenação presbiteral. Dia 23, Pablo Dourado institucionalizou seu sim, dado ainda em tenra idade, quando entrou para o grupo de coroinhas da catedral e que nesses anos todos pode desdobrar a cada dia. Rodeado de familiares, amigos e na presença do clero, parte daqui e parte vinda de fora, Pablo viu-se padre no solo sagrado onde ele cultivou sua vocação no serviço do altar, frisado por Dom Armando em sua homilia quando citou o serviço como a roupagem daqueles que deixam tudo para seguir a Jesus, o Servo por excelência, cuja opção é ilustrada na última ceia, ao entregar-se nas espécies do pão e do vinho, como perpetuidade da Sua presença amorosa. E assim, aquele que era tão pequeno e silencioso, tão atento e prestativo, hoje, com a guarnição da idade, pode enveredar-se sem medo pelo caminho que escolheu como resposta ao Senhor que chama e envia. Dia 30 rumamos para Mucugê e também lá o momento foi rico e forte em espiritualidade, com uma liturgia sóbria e essencial, esmeradamente preparada pela comunidade paroquial e testemunhada pelas montanhas que circundam a centenária cidade. Padre Max é o primeiro filho daquelas terras que entra à fileira dos servidores pelo sacramento da Ordem. Sua vocação surgiu na infância, referendada pela pequenina capela de Nossa Senhora da Conceição do Rosário. Foi lá que o agora padre Max desenvolveu sua devoção aos santos e apego à piedade popular, como ao padre Pablo, a ele fundamental na vocação e por ambos altamente considerada. Aquela sementinha fecundou, tomou corpo, descobriu o caminho do ministério e agora floresce como dom que enriquece nossa Igreja diocesana pelo ministério ordenado. Os dois recém ordenados vêm de paróquias situadas em extremos opostos da nossa diocese, mas se encontraram por força da pastoral vocacional, construíram juntos seus sonhos e expectativas quanto à vida ministerial, como juntos se prepararam intelectual e espiritualmente à grande entrega de si. Agora são forças novas nesta Igreja, que caminha e cresce sob os auspiciosos olhares da Senhora do Livramento. Que a nenhum falte generosidade na entrega, ânimo à missão e gratuidade ao serviço que hão de realizar até seu último suspiro! Padre Rinaldo Silva Pereira – Chanceler do Bispado –
- MEMÓRIA: DEZ ANOS IMPULSIONADOS PELO AMOR DE CRISTO – JUBILEU DE EPISCOPADO DE DOM ARMANDO BUCCIOL
Eleito Bispo diocesano de Livramento de Nossa Senhora a 21 de janeiro de 2004, ordenado a 17 de abril do mesmo ano e empossado logo no dia seguinte, Dom Armando Bucciol chega aos 10 anos de ministério episcopal com uma sequência de iniciativas pastorais e respostas aos apelos da Igreja pós Concilio Vaticano II que nos creditam postar o título acima, inspirado no seu lema episcopal. Pertencente ao clero da italiana Diocese de Vittorio Veneto, o então padre Armando chegou à Diocese de Caetité ainda em 1991, como sacerdote Fidei Donum. Lá atuou no serviço paroquial, foi reitor do seminário e, sobretudo, se colocou como decidido colaborador do Bispo diocesano Dom Antônio Alberto na animação da vida diocesana à frente da coordenação diocesana das pastorais. Com sua escolha ao episcopado, trouxe para nossa Diocese de Livramento, não apenas seus ideais de discípulo do Vaticano II, mas também a longa experiência como padre desdobrada na Itália e nas terras sertanejas de Caetité. Já nos primeiros dias, a contar de 18 de abril de 2004, Dom Armando estabeleceu o tripé no qual a vida diocesana deveria ter sua base, enquanto Igreja que caminha sob o reluzente farol do Concílio Vaticano II, ou seja: Evangelização, Formação e Organização. Como primeiras e principais providências são destacadas: a criação da Escola de Teologia para Leigos (ETeL); organização dos encontros vocacionais; estabelecimento da Pastoral da Crisma como prioridade em cada canto da Igreja particular; fomentação e insistente exigência para que os organismos de comunhão e colaboração, tanto em nível paroquial quanto em nível diocesano, tivessem sua estruturação providenciada; valorização do leigo na vida eclesial; incentivo e realização das missões populares; reestruturação do atendimento paroquial; aparelhamento da administração diocesana e paroquial. Ademais, ele, pessoalmente, num ritmo célere, iniciou a produção de material à catequese em suas variadas fases, dando à Diocese um a caraterística ainda hoje rara no Brasil, que é a produção do próprio material de formação, que atualmente é enviando a muitas outras dioceses da Nação Brasileira. Tudo isto, sem deixar o trabalho de pastor que ouve, confessa, preside, visita todas as comunidades da sua Diocese, participa das angústias e dores do povo, sendo voz aos que não a tem e presença amiga que conforta e ampara os atingidos pelo sofrimento. Para marcar esse decênio de pujante fecundidade, que coincide com o cinquentenário da Constituição Dogmática Lumen Gentium, membros da nossa Diocese e da de Caetité se juntaram em Livramento nos dias 30 e 31 de agosto último. Por primeiro, na tarde do dia 30, com a presença e contribuição do padre Martinho (Diocese de Vittorio Veneto – Itália), Dra. Sônia (professora da UNEB, campus de Guanambi) e dos Padres Osvaldino Barbosa e Eutrópio (Diocese de Caetité), foi realizado um simpósio sobre a Constituição Dogmática Lumen Gentium, sendo depois realizada uma confraternização com os ex-alunos da ETel, destinatários do referido simpósio. O dia 31 foi marcado com a Celebração Eucarística, na catedral, onde se fizeram presentes, além de Dom Antônio Alberto, hoje bispo emérito de Caetité, vários padres, seminaristas e religiosas, outras pessoas de todos os cantos da Diocese e de fora dela, que, jubilosos, colocaram no altar do Senhor, presididas por Dom Armando, os últimos 10 anos de história da nossa Diocese. Sintetizando simplicidade e nobreza, a cerimônia transcorreu em clima de oração profunda, sendo a homilia proferida pelo padre Martinho que, antes de comentar as leituras bíblicas, fez questão de apresentar os três motivos da comemoração, como sendo primeiro o fato de o povo de Deus em Livramento possuir um Bispo, pois povo sem bispo é rebanho sem pastor, depois enumerou o fato de ser este bispo Dom Armando Bucciol e, por fim, o fato de este mesmo Bispo estar em nossa Diocese há 10 anos. Festa concluída, fica-nos uma certeza: há muito que fazer, pois ainda existem setores da vida eclesial que precisam ser fortalecidos, valorizados e incrementados; percebe-se a necessidade de empenho maior para que os empreendimentos de Dom Armando tenham êxito e surtam efeito, mas uma coisa é certa: nossa Diocese chega feliz a esta data e se posiciona no Corpo eclesial como uma Igreja que se contempla e se apresenta enquanto uma porção do povo de Deus confiada a um Bispo que há dez anos se deixar impulsionar pelo amor de Cristo e se move pelo serviço e no serviço, expressão mais excelente desse mesmo amor. Pe. Rinaldo Silva Pereira Chanceler da Diocese
- MEMÓRIA: ENFIM, NOS BRAÇOS DO PAI – ADEUS AO PADRE ALDO COPOLLA
Ensina-nos a sabedoria popular que “eterno, só o amor de Deus”. De tanto ouvirmos esse ditado, acabamos sempre por encontrar o desejado consolo quando a perda bate à nossa porta, e entendemos que as perdas e interrupções são absolutamente conaturais à vida. E quando essa perda é, justamente, para Aquele em cujas mãos repousa a eternidade, o consolo parece vir mais rápido e sossega cada alma torturada pelo que se perdeu, por perceber que o perdido foi abarcado pela eternidade. Nossa Diocese viveu uma experiência de perda no último dia 19, quando o padre Aldo Coppola deu seu último suspiro, depois de longos anos de ampliado serviço à Igreja. Italiano de nascimento, padre Aldo chegou ao Brasil nos primeiros anos da década de sessenta e foi trazido para Caetité pelo então Bispo Dom José Pedro Costa, para que fosse professor no seminário diocesano. Erigida nossa Diocese, em 1967, ele optou por passar a fazer parte dela e nela ficou até o último sábado, quando completou 53 anos de sacerdócio e partiu para a casa do Pai. Ao longo dos seus anos de ministério, o padre Aldo teve uma visão bastante ampla da sua missão, indo além de ministro do sagrado, procurando prover o povo de Ibitiara daqueles recursos necessários à dignidade da vida, que talvez pudessem ter sido originados em outros segmentos da vida social, merecendo evidenciar, aqui, a fundação e manutenção do hospital que leva seu nome e o exercício do magistério no colégio de Ibitiara por muitos anos. Vale ainda fazer menção à construção da nova igreja matriz, partindo de uma visão otimista em relação ao futuro da comunidade paroquial, dada a amplitude da mesma, além da construção de inúmeras capelas na área rural de Ibipitanga, Novo Horizonte e Ibitiara, onde mais trabalhou. O povo de Ibitiara e região é testemunha de outros feitos do padre Aldo em prol, sobretudo, dos mais simples. Pelas mortes que foram evitadas, dores que foram amenizadas, saúde recobrada em tantas pessoas; pelo zelo pastoral dispensado, pessoas que puderam receber os Sacramentos e tantos outros feitos realizados pelo padre Aldo, em Ibitiara, vive-se, nestes dias, uma experiência de orfandade e de perda, pois o padre Aldo representa todos esses ganhos e, não raramente, as pessoas são confundidas com aquilo que realizam, com os ganhos que efetuam. Mas, na certeza de que a eternidade está em Deus e Dele emana aos Seus, podemos encontrar o devido consolo alimentando em nossos corações a certeza da eternidade do padre Aldo, agora abarcado pelo amor de Deus, em cujos braços repousa pela eternidade afora. Pe. Rinaldo Silva Pereira Chanceler do Bispado
- MEMÓRIA: … E NA CASA DO SENHOR REPOUSAREI, PELOS TEMPOS INFINITOS. – HOMENAGEM POSTUMA A RAQUEL JOAQUINA
Nesta madrugada, Raquel Joaquina da Silva, a Raquel de Dom Hélio, deu seu último suspiro neste mundo e partiu para os braços Daquele em quem sempre acreditou estar. Nascida em Livramento de Nossa Senhora, aos 09 de março de 1926, Raquel experimentou na própria carne, ainda na mais tenra infância, o que significava nascer pobre e negra aos meados da primeira metade do século passado: sem grande possibilidade de estudos, tendo que trabalhar duro para sobreviver, viveu de cá para lá, aguentando imposições, indelicadezas, e suportou a infame e natural discriminação que sofriam negros e pobres também nas terras de Nossa Senhora do Livramento. Mas, também, foi nesse inóspito ambiente, acalentada como possível era, pela família, sobretudo pela mãe Maximiliana, tida por ela sempre em alta consideração, que Raquel adquiriu a retidão moral, princípios de fé e habilidade profissional, possibilitando-a, em época de maiores exigências, se tornar Raquel de Dom Hélio, por ter ido trabalhar na residência episcopal de Livramento, isso no início dos anos setenta. Lá aprendeu, nem sempre de maneira amistosa, como desempenhar seu ofício. Viu e ouviu, por força da profissão ou por mero acaso, detalhes da vida diocesana que só se conhece quando se convive na intimidade de onde se comenta ou se desdobra o feito. Exemplo disso foi ela ter escutado, não sei se por acaso ou a propósito, a sigilosa conversa entre Dom Hélio e Dom Armando sobre a então recente nomeação desse para suceder aquele, e ter recusado a passar a informação ao chanceler, antes o repreendendo, dizendo que se tratava de um segredo que só depois ela poderia lhe contar. Mas, também, foi nesse ambiente tão peculiar que Raquel recebeu de Dom Hélio cuidados, infelizmente, à época, vistos como desnecessários a alguém que se ocupava do serviço doméstico: Raquel teve tratamento médico o quanto foi necessário, estudou até concluir o segundo grau (atual ensino médio), teve seus direitos trabalhistas respeitados e aposentadoria garantida. Por fim, recebeu uma casa doada pela Diocese para que pudesse viver dignamente até seus últimos dias. Essa foi por ela devolvida por entender ser injusto receber algo que não tinha para quem deixar senão para “quem lhe fez ser gente”, como ela mesma se referia à Diocese. Nessa mesma casa viveu desde que se aposentou até hoje, onde recebeu da nossa Diocese, por sensibilidade do nosso Bispo Dom Armando, os melhores cuidados que lhe foram necessários, para que pudesse viver com dignidade. Raquel se foi. O que leva, o que deixa? Tantas coisas me vêm à memória dos anos de convívio. Creio que leva, como oferenda de quem no céu chega, a sua história ornada de cicatrizes feitas pelo tempo, pelo trabalho, pela dor, pela vida; leva a capacidade de sorrir das suas desgraças passadas, relidas como meros fatos cômicos; leva o reconhecimento desmedido a quem lhe garantiu meros direitos que o deveriam ser de todos os trabalhadores; leva o sofrimento como algoz vencido. Mas, sobretudo, leva a fé capaz de fazer vencer a morte a alcançar Deus na grande festa da eternidade, dando-me condições de imaginar ouvir, em minha emoção, que, com sua voz estridente chegou ao céu dizendo: Pai, cheguei… O que deixa? Objetivamente pode ter deixado muito pouco, talvez parte do que leva, que já é muito para quem com ela conviveu, porque nos deixa lições encabeçadas pela própria experiência, que nos diz: vive melhor a vida quem tem a coragem de, sendo livre, fazer dela uma festa, sorrir da própria desgraça, alegrar-se com o pouco, sem perder a esperança, porque nosso rumo derradeiro é o colo do próprio Deus. Pe. Rinaldo Silva Pereira Chanceler do Bispado
- MEMÓRIA: EM TEMPO DE ESPERANÇA, CONTEMPLAMOS O ESPERADO – ORDENAÇÃO DO PE. ANTONIO CARLOS
Rodeado dos seus familiares, conterrâneos e demais pessoas de várias paróquias da nossa Diocese, e de outras, o agora padre Antônio Carlos Flor Bomfim foi ordenado presbítero, em Paramirim, sua terra natal, no último sábado, 10 de dezembro, quando, com toda a Igreja, já celebrávamos o terceiro domingo do Advento, tempo litúrgico identificado e vivido como o da esperança pelo Sol da Justiça, Cristo nosso Deus. Na cerimônia cuidadosamente presidida por Dom Armando Bucciol, nosso Bispo, e concelebrada por 29 padres da nossa e de outras Dioceses, o que foi sonhado e esperado ganhou corpo e chegou à própria concretização num contexto de muita alegria, expressão de fé e sóbria solenidade. O envolvimento da comunidade paroquial e dos familiares do ordenado, organização do espaço, acolhida, os cantos, a presidência, a recepção, tudo demonstrava cuidado, bom gosto e contentamento, por primeiro do ordenado, que repetidamente expressou: “estou feliz”. Na manhã do dia 11, às 10hs, o neo-sacerdote presidiu pela primeira vez o Sacrifício Eucarístico, na matriz de sua cidade. Com a igreja repleta de fiéis, a celebração transcorreu de maneira nivelada à da Ordenação, em tom solene, propiciando a todos uma participação ativa e frutuosa. Vale dizer que a homilia proferida pelo Monsenhor Pedro Olímpio dos Santos, o mesmo que administrara o sacramento do Batismo ao Padre Antônio, feita em estilo “caseira”, pela boca do próprio, edificou os presentes, pela simplicidade da oratória, a clareza das palavras, e mais ainda pela proximidade existente entre o presidente e o pregador, como se fossem palavras de um pai espiritual ao próprio filho. Natural de Paramirim, o ordenado lá viveu até iniciar sua caminhada de seminarista. Lá concluiu o ensino médio, em 2004, e trabalhou à frente ao Conselho Tutelar, enfronhando-se nos problemas e buscando soluções às questões de vulnerabilidade social de crianças e adolescentes. Tendo decidido entrar para o seminário, fez propedêutico em Caetité, em 2008, Filosofia no Instituto de Teologia de Ilhéus, entre 2009 a 2011, e Teologia na PUC/MG, em Belo Horizonte, de 2012 e 2015. Retornando à nossa Diocese, ocupou-se do estágio pastoral nas Paróquias de Mucugê e Barra da Estiva, sendo ordenado diácono a 23 de julho passado, quando foi ampliada sua atuação pastoral para as Paróquias de Ibitiara e Novo Horizonte. Além de assessorar nosso Bispo diocesano em vários trabalhos, sobretudo nas Visitas Pastorais, ao longo de 2016, O Padre Antônio Carlos administra o Centro Diocesano de Treinamento Pastoral desde março deste ano. Mais um padre em nossa Diocese significa o crescimento em número e a ampliação de forças à pastoral, consequentemente, melhor atendimento ao numeroso povo de Deus carente de cuidados. Sendo esse o padre Antônio Carlos, todas as vantagens apontadas nos chegam robustecidas pela sua inteligência e costumeira coragem ao trabalho que lhe é confiado. Por isso, recebê-lo em nosso presbitério não só é motivo de satisfação, mas também nos traz uma firme esperança que permeia nossos sentimentos. A ele nosso carinho e o mais franco desejo de realização no estilo de vida que abraçou, que o identificará de maneira a mais estreita possível com o Cristo Senhor, pela via do serviço. Pe. Rinaldo Silva Pereira Chanceler do Bispado
- MEMÓRIA: … NA VIDA E NA MORTE, NOBRE SIMPLICIDADE! – HOMENAGEM POSTUMA A SEU ÉRICO LOPES
Na catedral éramos poucos, vários bancos permaneceram vazios; alguns membros do coral Nossa Senhora do Livramento, ao som do órgão, sem arranjos mecânicos, entoavam “a vida pra quem acredita”; no presbitério dois padres amigos aguardavam paramentados; a silenciosa chama do círio pascal lembrava o Cristo que, se consumindo, nos faz encontrar a Verdade;a essa coberta com o tecido roxo, que levemente tremulava…tudo isso montava o cenário da celebração exequial oficiada na manhã do último dia 18, quando, numa suntuosa urna funerária foi levado catedral a dentro o corpo do nosso irmão Érico Lopes, que encerrou sua caminhada terrena no dia anterior. Rezamos, ouvimos a Palavra, refletimos, cantamos e nos despedimos daquele irmão, franzino de corpo e de pouca estatura, mas de robusta envergadura moral; um homem de fé, que fez da arte seu jeito de glorificar a Deus e as coisas santas, como também pela sua obra foi capaz de expressar sua fé, um tanto ingênua, bastante alegórica, mas não menos autêntica. Catedral de Nossa Senhora do Livramento, antes das reformas. Érico Lopes de Oliveira (seu Érico), nasceu em Livramento de Nossa Senhora, a 18 de outubro de 1929, filho de Fulgêncio de Oliveira e de dona Eliza Lopes de Oliveira. Frequentou pouco a sala de aula – somente até o 1º ano – mas foi um artista nato, conseguindo exercer com suas mãos e inteligência os ofícios de pintor, restaurador, escultor, marceneiro e pedreiro, o que lhe possibilitou transformar sua casa de morada, em Livramento, num espaço repleto de obras de arte, ligadas à fé ou não. Por 45 anos morou em São Paulo, a trabalho, mas, aposentado, voltou para sua amada Livramento de Nossa Senhora, em 2001. São obras suas, em nossa Diocese, a restauração e pintura do altar mor da catedral e da matriz de Barra da Estiva, como a restauração dos quadros da Via sacra expostos na catedral, estes doados pelo Mosteiro de São Bento da Bahia, na década de 1970, por influência do Irmão Pascoal, OSB, livramentense de nascimento. Foi seu Érico quem deu à réplica da imagem de Nossa Senhora do Livramento ajustes escultural e na policromia para se assemelhar à entronizada no altar mor da catedral, uma vez que a adquirida em gesso, no início deste século, em nada parecia à original. Ainda podemos enumerar o restauro de Senhor dos Passos, imagem da imaculada Conceição e do busto de São Tarcísio, pertencentes acervo da catedral, como merecem menção o restauro da pia batismal da catedral, de incalculável valor sentimental a todos nós que ali nascemos na fé e para a Igreja, e a escultura e pintura de uma imagem de santa Josefina Bakhita, por ele doada à igreja na comunidade denominada Patos, pertencente à catedral. São inúmeros os restauros, reparos, retoques e ajustes feitos pro seu Érico Lopes em muitas obras de artes espalhadas por Livramento e região, de acervos e devoções particulares como pertencentes a igrejas da nossa Diocese. E isso tudo feito no silêncio de quem tão somente queria colaborar, o que acabou por transformar os feitos em nobre simplicidade. Em nossas memórias ficam a lembrança de um artista simples, de fé, que não foi capaz de tornar despercebida sua imagem de artista e presença em nossa comunidade eclesial. A casa de seu Érico e obras lá existentes agora formam um legado sem igual deixado à posteridade livramentense, cujos cuidados e preservação cobram dos herdeiros sensibilidade e irrenunciável esmero de que ama a arte. Pe. Rinaldo Silva Pereira Chanceler do Bispado







