top of page

Resultados de busca

355 resultados encontrados com uma busca vazia

  • MEMÓRIA: HÁ COISAS QUE NÃO PASSAM

    Como quase todas as quartas feiras, dia 05 de abril de 2017 cheguei à Cúria diocesana para trabalhar. Ao cruzar a segunda sala que dá acesso à Chancelaria, uma cadeira vazia, computador desligado e sobre a mesa alguns envelopes e pastas fechadas me lembraram de que as coisas não seriam como antes: verdade, Raiana havia pedido demissão e seu último dia de trabalho tinha sido 1º de abril, ironicamente, dia tido como o da mentira. Naquela hora, fiquei sem graça, meio perdido, pois a parceria de trabalho, troca de experiências, partilha de várias angústias e também de alegrias tinham chegado ao fim, a caminhada tomava outro rumo; ou melhor, Raiana tomou o seu rumo e eu fiquei desfalcado, sem rumo, na Cúria de sempre. Por mais que isto pareça egoísta da minha parte, foi o que senti por vários dias, calado, emburrado e sozinho, ou seja, me dei a oportunidade de ser egoísta mais uma vez, confesso. Perder é sempre ruim e meu sentimento era de perda, por mim e pela Diocese, que parecia irremediavelmente prejudicada. Passado o tempo, remédio que cura tantas feridas tidas como incuráveis, hoje decidi parar para registrar algumas linhas, envolto num nascente sentimento de ação de graças, entendendo, agora, com mais lucidez, que as perdas podem ser recuperadas de algum modo e que Raiana fez e faz por merecer tudo de bom que está acontecendo: Ser aprovada em segundo lugar para o mestrado em Linguística pela UESB é bom demais. Agora, dona Ana Geni (Ninha) tem motivos a mais para sorrir e agradecer a Deus, como Raimundo, já na eternidade, pode agradecer, sem a nebulosidade da condição humana, Àquele que possibilita tais coisas, uma vez que o ser de Raiana vem dos dois, seus pais. Dou conta que a faculdade iniciada, de modo trepidante, em 18 de abril de 2012 e concluída com louvor em 24 de outubro de 2016 ficou para trás, porque a mira intermediaria é o mestrado, que abrirá novas portas e apontará novos rumos. Nesta vida de perdas e ganhos, acabo por perceber que minha perda, e da nossa Diocese em vários aspectos, se torna muito pequena diante do ganho que terão aqueles por cujas vidas Raiana cruzar. Quem conseguiu vencer tantas etapas, enfrentar tantas situações adversas, assumir tarefas diante das quais se imaginava incapaz, pode muito mais. Raiana poderá ser mais que uma musicista que é, ir além do ser notária de um Tribunal Eclesiástico, fará muito mais e de modo excelente o que até abril passado fez em nossa Diocese, através da complexa engrenagem curial e da desafiadora Escola de Teologia para Leigos. Se 02 de outubro de 2006 marcou o início de seu trabalho curial, 25 de abril de 2017 será para Raiana a data de começo do alvissareiro mestrado, não buscado só para si, mas, também, para aqueles que poderão ter a felicidade de com ela conviver e trabalhar, graça que eu e nossa Diocese tivemos por dez anos, tempo durante o qual construímos a amizade vencedora das ausências físicas que o tempo e a vida impõem. Agora, envolto no silêncio desta noite que me inspira, dou conta, aliviado, que posso conviver com a cadeira vazia, computador desligado e pastas fechadas, porque essas mediações óticas, na verdade, interferem apenas no desenrolar de uma função. A gratidão e o reconhecimento que nossa Diocese tem pelo trabalho de Raiana, o legado de mansidão, inteligência e sutileza que ela nos deixa, isto, definitivamente, provoca um mútuo atrelamento, não há como nos perdermos. Padre Rinaldo Silva Pereira Chanceler do bispado

  • MEMÓRIA: DOIS ROSTOS, UM PROPÓSITO

    Nos dias 19 e 20 passados, vivemos particular momento de Graça em nossa Diocese: dois jovens, vindos de comunidades distintas, possuidores de histórias diversas, movidos por especificidade diferente de carismas se apresentaram diante do nosso Bispo para assumirem o serviço na Igreja, através do ministério presbiteral. No sábado, dia 19, os de perto e os de longe acorremos à altaneira cidade de Ibicoara, terra natal do agora padre Marcos Bento. Lá estava o povo de Deus em festa; deste povo, muitos eram padres, colegas ou não do Ordinando, familiares, seminaristas, religiosas e religiosos, além de representação de muitas comunidades eclesiais. Tudo cuidadosamente preparado e delicadamente executado nos fez sentir em casa, entre irmãos. Para a Celebração, iniciada enquanto o sol se punha, a área de eventos de Ibicoara foi adaptada, tornando-se deveras, o lugar da ação de Deus, dando possibilidade de oração a todos os presentes, valendo fazer menção aos cantos, dentre eles a ladainha, tão harmônica nas vozes, tão cadenciada no ritmo, fazendo o céu nos parecer mais perto. O simples e o solene mais uma vez se entrelaçaram e, abarcados pelo essencial, nos proporcionaram uma linda festa. Já no domingo, dia 20, a catedral diocesana, com repiques dos sinos, portas abertas, liturgicamente aparelhada, repleta de muitos vindos de tantos lugares, acolheu a ordenação presbiteral do padre Júlio César, na primeira metade do dia. Muitos se dedicaram ao momento, cantores e músicos agiram com alta desenvoltura, mantendo a belíssima harmonia entre acordes e vozes, tão cara à Liturgia da nossa Igreja. Vários dos presentes no dia anterior, em Ibicoara, vieram para a catedral e entre eles veio o recém-ordenado padre Marcos, testemunha ativa daquele momento de Graça, sendo ele mesmo um dos que impuseram as mãos no novo irmão de ministério. E os mais atentos puderam ver quando, no momento dos cumprimentos, ao ter suas mãos beijadas pelo padre Marcos, o padre Júlio o retribuiu com igual gesto, por certo no intuito de reverenciar aquele que, como ele, entregou suas mãos à exclusividade do serviço. Visivelmente feliz, Dom Armando presidiu as duas Celebrações, proferiu belas homilias, pontuando a essencialidade do ministério ordenado. Certo é que, por matizes diversos e com um jeito meio diferente de se fazer – comparando uma ordenação à outra – com ritos igualmente sóbrios e solenes, nossa Diocese, pela imposição das mãos e Prece de Ordenação dita pelo Bispo, recebeu num único final de semana mais dois presbíteros, primeira situação aqui ocorrida nestes cinquenta e dois anos de história. E agora temos dois rostos unificados pelo propósito de servir, cada um do seu jeito, com suas especialidades e seus carismas, mas sempre na mesma e única doação associada à d’Aquele que não reservou nada para Si, porque nos deu sua própria vida, o Cristo Senhor. Pe. Rinaldo Pereira Chanceler do Bispado

  • MEMÓRIA: POUCA GENTE, CATEDRAL VAZIA, … E MUITA FESTA

    O novo coronavírus insiste em ditar as regras e nós, obedecendo-as, fazemos tudo o mais que podemos. Prova disto foi a grande e solene Celebração que ontem tivemos em nossa igreja catedral. Os lugares nos bancos estavam quase todos vazios e, num relance do olhar, os mais otimistas talvez calculassem uns cinquenta fiéis leigos como assembleia celebrante. Muito pouco, é verdade, mas já aprendemos com essa pandemia que festa pode ser feita com poucas pessoas e em espaços vazios, pois o que realmente conta nessas horas não é a frieza do cálculo matemático, mas a intensidade do sentimento com que se celebra, e ela não nos faltou. Assim, com olhares fixos nas duas mesas, ouvidos atentos e sentimento de fé, pudemos render a Deus a mais justa e alta Ação de Graças, levando ao altar do Senhor nossa vida diocesana, pela celebração da Eucaristia: Vida diocesana celebrada na Missa denominada dos santos óleos, quando Dom Armando abençoou os óleos dos enfermos e dos catecúmenos, também consagrando o santo óleo do Crisma; vida diocesana celebrada pela renovação das nossas promessas sacerdotais em torno e sob a autoridade do nosso amado Bispo; vida diocesana celebrada pela concessão do leitorado aos seminaristas Élcio Bonfim Neves e Pablo Barbosa do Prado, ambos caminhando para o sacerdócio ministerial; vida diocesana celebrada num preito de gratidão pelos 49 anos de presbiterado de Dom Armando, por graça de Deus e pela materna providência da Senhora do Livramento, nosso Bispo diocesano desde 18 de abril de 2004. Como não celebrar os quarenta e nove anos de serviço de Dom Armando a Deus e a Igreja? Como deixar despercebido o seu jubileu áureo de ordenação presbiteral? Para quem o conhece e acompanha a etapa dessa doação em nossa Diocese, isso é dobrado dever: primeiro por ser o sacerdócio ministerial um dom de Deus à Igreja; depois, por esse dom ter sido confiado também à pessoa de Armando Bucciol, lá na longínqua Vittorio Veneto, onde há quase cinquenta anos ele se entregou por inteiro. E sendo ele o menor assumido pelo Autor do dom, o maior, o que era mera pessoa física, um ser substantivo, capaz de dizer “eu”, de refletir sobre si mesmo e de ter imagem consciente de si próprio, um ser racional, tornou-se um ser relacional, para os outros, pela via do serviço, que traduz em si a imagem viva e à semelhança com Deus, infectando comunidades, pastorais e movimentos por onde passa, despertando e encantando todas as faixas etárias, atraindo os de todas as classes, fazendo com que nestes rincões da Bahia, de Boninal a Dom Basílio, de Iramaia a Ibitiara, aqui e acolá, quase todos ao menos saibam quem é o bispo de Livramento de Nossa Senhora;  outros tantos purificam e enriquecem sua fé a partir do que dele ouvem ou leem, havendo os naturalmente discordantes, porque a palavra de Dom Armando faz a diferença. E o melhor de tudo: todos esses feitos são mais que isso, porque fazer, qualquer bom profissional consegue, mas fazer ao tempo em que está constantemente junto, vive com, abraça, ouve, cuida, consola, conforta, aconselha, repreende, encoraja… tudo isso só faz aquele que associa ao seu ser o desdobrar do ser de Deus que, descendo ao mundo, nada reservou a Si, porque nos deu até a própria vida. Então, precisamos celebrar o ministério de Dom Armando, sim, porque ele se deu ao que o chamou e aqui para nós é o mais belo reflexo dessa realidade tão divina e tão humana, que a Própria nos ensinou a identificar com sendo a figura do BOM PASTOR. Então, como não ser uma grande festa a feita tendo no espaço vintes e três padres – faltando apenas dois, justamente – dois diáconos, dez seminaristas – dos treze que temos – cinquenta leigos, todos rezando juntos a mais excelente de todas as preces, dirigidas ao único Deis verdadeiro com a presidência do Bispo diocesano, cuja presença garante a presença da Igreja inteira, na voz de Santo Inácio de Antioquia! Assim, pandemia, coronavírus, COVID-19, nas terras de Nossa Senhora do Livramento, jamais serão além do que são, por mais ameaçadores que sejam. Quanto a nós, seremos muito mais, pois o que de modo limitado e obediente fizemos foi uma oportuna pausa restauradora a caminho do céu, o grande dia sem ocaso, a festa que não conhece fim. Padre Rinaldo Silva Pereira – chanceler do Bispado –

  • MEMÓRIA: UM MISSIONÁRIO, UM DOS NOSSOS, UM IRMÃO

    “O futuro a Deus pertence, há males que vêm para bem, nem todo mal é mau” são pérolas da sabedoria popular que nos ajudam a viver e a superar a COVID-19, aterradora em si mesma.       Com essa esguelha do pensamento vemos a feliz e a nós benéfica permanência do padre Egídio Menon em nosso meio pelos últimos meses. Sua presença desde o início de fevereiro até a ultima quarta feira é parte do intercâmbio missionário entre nossa Diocese e a de Vittorio Veneto (Itália). Missionário em terras brasileiras anos atrás, dessa vez o padre Egídio veio para acompanhar os primeiros meses de seu colega de ministério, o padre Marco Dal Magro, enviado como missionário de Vittorio Veneto para ser, como o é, Pároco de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Tanhaçu. Em março último, a pandemia, que ainda nos assusta, pôs seus limites nas relações sociais e afetou drasticamente a liberdade de ir e vir, fazendo com que o retorno do padre Egídio, programando para depois de Semana santa, ocorrida em abril, fosse adiado. Certamente, o futuro precisou ser reprogramado, planos refeitos, mas é certo que, continuando conosco, estando em Tanhaçu, o padre Egídio pôde beneficiar a muitos com sua presença, simplicidade e constante bom humor, tudo tão fundamental à pastoral exitosa num mundo cada vez mais complicado, inclusive pelas regras do isolamento social, por ele religiosamente observadas. E assim, os que teriam apenas uma amostra da sua vocação eminentemente missionária e o padre Marco, que o recebeu como a uma espécie de preceptor pastoral em terras brasileiras, todos, enfim, pudemos desfrutar da sua agradável companhia e despojada sabedoria, sempre benéfica, mesmo limitada ou por mais breve que fosse o tempo ao seu lado.       Com a progressiva normalidade voltando à Itália, para lá, sua casa, rumou o padre Egídio, na última quarta feira, aqui tendo cumprido sua missão com louvor, fino trato, deixando-nos saudades e aquela convincente impressão que, além de veterano missionário, ele é um dos nossos, um irmão querido, porque sem reservas se juntou a nós no tempo estendido pela pandemia, alterando o futuro que, como todos os outros, desprendido das mãos de Deus, transformou-se num presente absolutamente bom. Ao padre Egídio Menon, nossos sinceros agradecimentos. Padre Rinaldo Silva Pereira – chanceler do Bispado –

  • MEMÓRIA: VIDAS QUE SE DOAM A CRISTO E À IGREJA

    Mesmo empecilhados pela COVID-19 e aos seus protocolos obedientes, vivemos dias de festa e alegria nos dias 23 e 30 de janeiro passado, quando Max Sabrino e Pablo Dourado, decididos entregar suas vidas a Cristo e à Sua Igreja, assim o fizeram através da respectiva ordenação presbiteral. Dia 23, Pablo Dourado institucionalizou seu sim, dado ainda em tenra idade, quando entrou para o grupo de coroinhas da catedral e que nesses anos todos pode desdobrar a cada dia. Rodeado de familiares, amigos e na presença do clero, parte daqui e parte vinda de fora, Pablo viu-se padre no solo sagrado onde ele cultivou sua vocação no serviço do altar, frisado por Dom Armando em sua homilia quando citou o serviço como a roupagem daqueles que deixam tudo para seguir a Jesus, o Servo por excelência, cuja opção é ilustrada na última ceia, ao entregar-se nas espécies do pão e do vinho, como perpetuidade da Sua presença amorosa. E assim, aquele que era tão pequeno e silencioso, tão atento e prestativo, hoje, com a guarnição da idade, pode enveredar-se sem medo pelo caminho que escolheu como resposta ao Senhor que chama e envia. Dia 30 rumamos para Mucugê e também lá o momento foi rico e forte em espiritualidade, com uma liturgia sóbria e essencial, esmeradamente preparada pela comunidade paroquial e testemunhada pelas montanhas que circundam a centenária cidade. Padre Max é o primeiro filho daquelas terras que entra à fileira dos servidores pelo sacramento da Ordem. Sua vocação surgiu na infância, referendada pela pequenina capela de Nossa Senhora da Conceição do Rosário. Foi lá que o agora padre Max desenvolveu sua devoção aos santos e apego à piedade popular, como ao padre Pablo, a ele fundamental na vocação e por ambos altamente considerada. Aquela sementinha fecundou, tomou corpo, descobriu o caminho do ministério e agora floresce como dom que enriquece nossa Igreja diocesana pelo ministério ordenado. Os dois recém ordenados vêm de paróquias situadas em extremos opostos da nossa diocese, mas se encontraram por força da pastoral vocacional, construíram juntos seus sonhos e expectativas quanto à vida ministerial, como juntos se prepararam intelectual e espiritualmente à grande entrega de si. Agora são forças novas nesta Igreja, que caminha e cresce sob os auspiciosos olhares da Senhora do Livramento. Que a nenhum falte generosidade na entrega, ânimo à missão e gratuidade ao serviço que hão de realizar até seu último suspiro! Padre Rinaldo Silva Pereira – Chanceler do Bispado –

  • MEMÓRIA: DEZ ANOS IMPULSIONADOS PELO AMOR DE CRISTO – JUBILEU DE EPISCOPADO DE DOM ARMANDO BUCCIOL

    Eleito Bispo diocesano de Livramento de Nossa Senhora a 21 de janeiro de 2004, ordenado a 17 de abril do mesmo ano e empossado logo no dia seguinte, Dom Armando Bucciol chega aos 10 anos de ministério episcopal com uma sequência de iniciativas pastorais e respostas aos apelos da Igreja pós Concilio Vaticano II que nos creditam postar o título acima, inspirado no seu lema episcopal. Pertencente ao clero da italiana Diocese de Vittorio Veneto, o então padre Armando chegou à Diocese de Caetité ainda em 1991, como sacerdote Fidei Donum. Lá atuou no serviço paroquial, foi reitor do seminário e, sobretudo, se colocou como decidido colaborador do Bispo diocesano Dom Antônio Alberto na animação da vida diocesana à frente da coordenação diocesana das pastorais. Com sua escolha ao episcopado, trouxe para nossa Diocese de Livramento, não apenas seus ideais de discípulo do Vaticano II, mas também a longa experiência como padre desdobrada na Itália e nas terras sertanejas de Caetité. Já nos primeiros dias, a contar de 18 de abril de 2004, Dom Armando estabeleceu o tripé no qual a vida diocesana deveria ter sua base, enquanto Igreja que caminha sob o reluzente farol do Concílio Vaticano II, ou seja: Evangelização, Formação e Organização. Como primeiras e principais providências são destacadas: a criação da Escola de Teologia para Leigos (ETeL); organização dos encontros vocacionais; estabelecimento da Pastoral da Crisma como prioridade em cada canto da Igreja particular; fomentação e insistente exigência para que os organismos de comunhão e colaboração, tanto em nível paroquial quanto em nível diocesano, tivessem sua estruturação providenciada; valorização do leigo na vida eclesial; incentivo e realização das missões populares; reestruturação do atendimento paroquial; aparelhamento da administração diocesana e paroquial. Ademais, ele, pessoalmente, num ritmo célere, iniciou a produção de material à catequese em suas variadas fases, dando à Diocese um a caraterística ainda hoje rara no Brasil, que é a produção do próprio material de formação, que atualmente é enviando a muitas outras dioceses da Nação Brasileira. Tudo isto, sem deixar o trabalho de pastor que ouve, confessa, preside, visita todas as comunidades da sua Diocese, participa das angústias e dores do povo, sendo voz aos que não a tem e presença amiga que conforta e ampara os atingidos pelo sofrimento. Para marcar esse decênio de pujante fecundidade, que coincide com o cinquentenário da Constituição Dogmática Lumen Gentium, membros da nossa Diocese e da de Caetité se juntaram em Livramento nos dias 30 e 31 de agosto último. Por primeiro, na tarde do dia 30, com a presença e contribuição do padre Martinho (Diocese de Vittorio Veneto – Itália), Dra. Sônia (professora da UNEB, campus de Guanambi) e dos Padres Osvaldino Barbosa e Eutrópio (Diocese de Caetité), foi realizado um simpósio sobre a Constituição Dogmática Lumen Gentium, sendo depois realizada uma confraternização com os ex-alunos da ETel, destinatários do referido simpósio.  O dia 31 foi marcado com a Celebração Eucarística, na catedral, onde se fizeram presentes, além de Dom Antônio Alberto, hoje bispo emérito de Caetité, vários padres, seminaristas e religiosas, outras pessoas de todos os cantos da Diocese e de fora dela, que, jubilosos, colocaram no altar do Senhor, presididas por Dom Armando, os últimos 10 anos de história da nossa Diocese. Sintetizando simplicidade e nobreza, a cerimônia transcorreu em clima de oração profunda, sendo a homilia proferida pelo padre Martinho que, antes de comentar as leituras bíblicas, fez questão de apresentar os três motivos da comemoração, como sendo primeiro o fato de o povo de Deus em Livramento possuir um Bispo, pois povo sem bispo é rebanho sem pastor, depois enumerou o fato de ser este bispo Dom Armando Bucciol e, por fim, o fato de este mesmo Bispo estar em nossa Diocese há 10 anos. Festa concluída, fica-nos uma certeza: há muito que fazer, pois ainda existem setores da vida eclesial que precisam ser fortalecidos, valorizados e incrementados; percebe-se a necessidade de empenho maior para que os empreendimentos de Dom Armando tenham êxito e surtam efeito, mas uma coisa é certa: nossa Diocese chega feliz a esta data e se posiciona no Corpo eclesial como uma Igreja que se contempla e se apresenta enquanto uma porção do povo de Deus confiada a um Bispo que há dez anos se deixar impulsionar pelo amor de Cristo e se move pelo serviço e no serviço, expressão mais excelente desse mesmo amor. Pe. Rinaldo Silva Pereira Chanceler  da Diocese

  • MEMÓRIA: ENFIM, NOS BRAÇOS DO PAI – ADEUS AO PADRE ALDO COPOLLA

    Ensina-nos a sabedoria popular que “eterno, só o amor de Deus”. De tanto ouvirmos esse ditado, acabamos sempre por encontrar o desejado consolo quando a perda bate à nossa porta, e entendemos que as perdas e interrupções são absolutamente conaturais à vida. E quando essa perda é, justamente, para Aquele em cujas mãos repousa a eternidade, o consolo parece vir mais rápido e sossega cada alma torturada pelo que se perdeu, por perceber que o perdido foi abarcado pela eternidade. Nossa Diocese viveu uma experiência de perda no último dia 19, quando o padre Aldo Coppola deu seu último suspiro, depois de longos anos de ampliado serviço à Igreja. Italiano de nascimento, padre Aldo chegou ao Brasil nos primeiros anos da década de sessenta e foi trazido para Caetité pelo então Bispo Dom José Pedro Costa, para que fosse professor no seminário diocesano. Erigida nossa Diocese, em 1967, ele optou por passar a fazer parte dela e nela ficou até o último sábado, quando completou 53 anos de sacerdócio e partiu para a casa do Pai. Ao longo dos seus anos de ministério, o padre Aldo teve uma visão bastante ampla da sua missão, indo além de ministro do sagrado, procurando prover o povo de Ibitiara daqueles recursos necessários à dignidade da vida, que talvez pudessem ter sido originados em outros segmentos da vida social, merecendo evidenciar, aqui, a fundação e manutenção do hospital que leva seu nome e o exercício do magistério no colégio de Ibitiara por muitos anos. Vale ainda fazer menção à construção da nova igreja matriz, partindo de uma visão otimista em relação ao futuro da comunidade paroquial, dada a amplitude da mesma, além da construção de inúmeras capelas na área rural de Ibipitanga, Novo Horizonte e Ibitiara, onde mais trabalhou. O povo de Ibitiara e região é testemunha de outros feitos do padre Aldo em prol, sobretudo, dos mais simples. Pelas mortes que foram evitadas, dores que foram amenizadas, saúde recobrada em tantas pessoas; pelo zelo pastoral dispensado, pessoas que puderam receber os Sacramentos e tantos outros feitos realizados pelo padre Aldo, em Ibitiara, vive-se, nestes dias, uma experiência de orfandade e de perda, pois o padre Aldo representa todos esses ganhos e, não raramente, as pessoas são confundidas com aquilo que realizam, com os ganhos que efetuam. Mas, na certeza de que a eternidade está em Deus e Dele emana aos Seus, podemos encontrar o devido consolo alimentando em nossos corações a certeza da eternidade do padre Aldo, agora abarcado pelo amor de Deus, em cujos braços repousa pela eternidade afora. Pe. Rinaldo Silva Pereira Chanceler do Bispado

  • MEMÓRIA: … E NA CASA DO SENHOR REPOUSAREI, PELOS TEMPOS INFINITOS. – HOMENAGEM POSTUMA A RAQUEL JOAQUINA

    Nesta madrugada, Raquel Joaquina da Silva, a Raquel de Dom Hélio, deu seu último suspiro neste mundo e partiu para os braços Daquele em quem sempre acreditou estar. Nascida em Livramento de Nossa Senhora, aos 09 de março de 1926, Raquel experimentou na própria carne, ainda na mais tenra infância, o que significava nascer pobre e negra aos meados da primeira metade do século passado: sem grande possibilidade de estudos, tendo que trabalhar duro para sobreviver, viveu de cá para lá, aguentando imposições, indelicadezas, e suportou a infame e natural discriminação que sofriam negros e pobres também nas terras de Nossa Senhora do Livramento. Mas, também, foi nesse inóspito ambiente, acalentada como possível era, pela família, sobretudo pela mãe Maximiliana, tida por ela sempre em alta consideração, que Raquel adquiriu a retidão moral, princípios de fé e habilidade profissional, possibilitando-a, em época de maiores exigências, se tornar Raquel de Dom Hélio, por ter ido trabalhar na residência episcopal de Livramento, isso no início dos anos setenta. Lá aprendeu, nem sempre de maneira amistosa, como desempenhar seu ofício. Viu e ouviu, por força da profissão ou por mero acaso, detalhes da vida diocesana que só se conhece quando se convive na intimidade de onde se comenta ou se desdobra o feito. Exemplo disso foi ela ter escutado, não sei se por acaso ou a propósito, a sigilosa conversa entre Dom Hélio e Dom Armando sobre a então recente nomeação desse para suceder aquele, e ter recusado a passar a informação ao chanceler, antes o repreendendo, dizendo que se tratava de um segredo que só depois ela poderia lhe contar. Mas, também, foi nesse ambiente tão peculiar que Raquel recebeu de Dom Hélio cuidados, infelizmente, à época, vistos como desnecessários a alguém que se ocupava do serviço doméstico: Raquel teve tratamento médico o quanto foi necessário, estudou até concluir o segundo grau (atual ensino médio), teve seus direitos trabalhistas respeitados e aposentadoria garantida. Por fim, recebeu uma casa doada pela Diocese para que pudesse viver dignamente até seus últimos dias. Essa foi por ela devolvida por entender ser injusto receber algo que não tinha para quem deixar senão para “quem lhe fez ser gente”, como ela mesma se referia à Diocese. Nessa mesma casa viveu desde que se aposentou até hoje, onde recebeu da nossa Diocese, por sensibilidade do nosso Bispo Dom Armando, os melhores cuidados que lhe foram necessários, para que pudesse viver com dignidade. Raquel se foi. O que leva, o que deixa? Tantas coisas me vêm à memória dos anos de convívio. Creio que leva, como oferenda de quem no céu chega, a sua história ornada de cicatrizes feitas pelo tempo, pelo trabalho, pela dor, pela vida; leva a capacidade de sorrir das suas desgraças passadas, relidas como meros fatos cômicos; leva o reconhecimento desmedido a quem lhe garantiu meros direitos que o deveriam ser de todos os trabalhadores; leva o sofrimento como algoz vencido. Mas, sobretudo, leva a fé capaz de fazer vencer a morte a alcançar Deus na grande festa da eternidade, dando-me condições de imaginar ouvir, em minha emoção, que, com sua voz estridente chegou ao céu dizendo: Pai, cheguei… O que deixa? Objetivamente pode ter deixado muito pouco, talvez parte do que leva, que já é muito para quem com ela conviveu, porque nos deixa lições encabeçadas pela própria experiência, que nos diz: vive melhor a vida quem tem a coragem de, sendo livre, fazer dela uma festa, sorrir da própria desgraça, alegrar-se com o pouco, sem perder a esperança, porque nosso rumo derradeiro é o colo do próprio Deus. Pe. Rinaldo Silva Pereira Chanceler do Bispado

  • MEMÓRIA: EM TEMPO DE ESPERANÇA, CONTEMPLAMOS O ESPERADO – ORDENAÇÃO DO PE. ANTONIO CARLOS

    Rodeado dos seus familiares, conterrâneos e demais pessoas de várias paróquias da nossa Diocese, e de outras, o agora padre Antônio Carlos Flor Bomfim foi ordenado presbítero, em Paramirim, sua terra natal, no último sábado, 10 de dezembro, quando, com toda a Igreja, já celebrávamos o terceiro domingo do Advento, tempo litúrgico identificado e vivido como o da esperança pelo Sol da Justiça, Cristo nosso Deus. Na cerimônia cuidadosamente presidida por Dom Armando Bucciol, nosso Bispo, e concelebrada por 29 padres da nossa e de outras Dioceses, o que foi sonhado e esperado ganhou corpo e chegou à própria concretização num contexto de muita alegria, expressão de fé e sóbria solenidade. O envolvimento da comunidade paroquial e dos familiares do ordenado, organização do espaço, acolhida, os cantos, a presidência, a recepção, tudo demonstrava cuidado, bom gosto e contentamento, por primeiro do ordenado, que repetidamente expressou: “estou feliz”. Na manhã do dia 11, às 10hs, o neo-sacerdote presidiu pela primeira vez o Sacrifício Eucarístico, na matriz de sua cidade. Com a igreja repleta de fiéis, a celebração transcorreu de maneira nivelada à da Ordenação, em tom solene, propiciando a todos uma participação ativa e frutuosa. Vale dizer que a homilia proferida pelo Monsenhor Pedro Olímpio dos Santos, o mesmo que administrara o sacramento do Batismo ao Padre Antônio, feita em estilo “caseira”, pela boca do próprio, edificou os presentes, pela simplicidade da oratória, a clareza das palavras, e mais ainda pela proximidade existente entre o presidente e o pregador, como se fossem palavras de um pai espiritual ao próprio filho. Natural de Paramirim, o ordenado lá viveu até iniciar sua caminhada de seminarista. Lá concluiu o ensino médio, em 2004, e trabalhou à frente ao Conselho Tutelar, enfronhando-se nos problemas e buscando soluções às questões de vulnerabilidade social de crianças e adolescentes. Tendo decidido entrar para o seminário, fez propedêutico em Caetité, em 2008, Filosofia no Instituto de Teologia de Ilhéus, entre 2009 a 2011, e Teologia na PUC/MG, em Belo Horizonte, de 2012 e 2015. Retornando à nossa Diocese, ocupou-se do estágio pastoral nas Paróquias de Mucugê e Barra da Estiva, sendo ordenado diácono a 23 de julho passado, quando foi ampliada sua atuação pastoral para as Paróquias de Ibitiara e Novo Horizonte. Além de assessorar nosso Bispo diocesano em vários trabalhos, sobretudo nas Visitas Pastorais, ao longo de 2016, O Padre Antônio Carlos administra o Centro Diocesano de Treinamento Pastoral desde março deste ano. Mais um padre em nossa Diocese significa o crescimento em número e a ampliação de forças à pastoral, consequentemente, melhor atendimento ao numeroso povo de Deus carente de cuidados. Sendo esse o padre Antônio Carlos, todas as vantagens apontadas nos chegam robustecidas pela sua inteligência e costumeira coragem ao trabalho que lhe é confiado. Por isso, recebê-lo em nosso presbitério não só é motivo de satisfação, mas também nos traz uma firme esperança que permeia nossos sentimentos. A ele nosso carinho e o mais franco desejo de realização no estilo de vida que abraçou, que o identificará de maneira a mais estreita possível com o Cristo Senhor, pela via do serviço. Pe. Rinaldo Silva Pereira Chanceler do Bispado

  • MEMÓRIA: … NA VIDA E NA MORTE, NOBRE SIMPLICIDADE! – HOMENAGEM POSTUMA A SEU ÉRICO LOPES

    Na catedral éramos poucos, vários bancos permaneceram vazios; alguns membros do coral Nossa Senhora do Livramento, ao som do órgão, sem arranjos mecânicos, entoavam “a vida pra quem acredita”; no presbitério dois padres amigos aguardavam paramentados; a silenciosa chama do círio pascal lembrava o Cristo que, se consumindo, nos faz encontrar a Verdade;a essa coberta com o tecido roxo, que levemente tremulava…tudo isso montava o cenário da celebração exequial oficiada na manhã do último dia 18, quando, numa suntuosa urna funerária foi levado catedral a dentro o corpo do nosso irmão Érico Lopes,  que encerrou sua caminhada terrena no dia anterior. Rezamos, ouvimos a Palavra, refletimos, cantamos e nos despedimos daquele irmão, franzino de corpo e de pouca estatura, mas de robusta envergadura moral; um homem de fé, que fez da arte seu jeito de glorificar a Deus e as coisas santas, como também pela sua obra foi capaz de expressar sua fé, um tanto ingênua, bastante alegórica, mas não menos autêntica. Catedral de Nossa Senhora do Livramento, antes das reformas. Érico Lopes de Oliveira (seu Érico), nasceu em Livramento de Nossa Senhora, a 18 de outubro de 1929, filho de Fulgêncio de Oliveira e de dona Eliza Lopes de Oliveira. Frequentou pouco a sala de aula – somente até o 1º ano – mas foi um artista nato, conseguindo exercer com suas mãos e inteligência os ofícios de pintor, restaurador, escultor, marceneiro e pedreiro, o que lhe possibilitou transformar sua casa de morada, em Livramento, num espaço repleto de obras de arte, ligadas à fé ou não. Por 45 anos morou em São Paulo, a trabalho, mas, aposentado, voltou para sua amada Livramento de Nossa Senhora, em 2001. São obras suas, em nossa Diocese, a restauração e pintura do altar mor da catedral e da matriz de Barra da Estiva, como a restauração dos quadros da Via sacra expostos na catedral, estes doados pelo Mosteiro de São Bento da Bahia, na década de 1970, por influência do Irmão Pascoal, OSB, livramentense de nascimento. Foi seu Érico quem deu à réplica da imagem de Nossa Senhora do Livramento ajustes escultural e na policromia para se assemelhar à entronizada no altar mor da catedral, uma vez que a adquirida em gesso, no início deste século, em nada parecia à original. Ainda podemos enumerar o restauro de Senhor dos Passos, imagem da imaculada Conceição e do busto de São Tarcísio, pertencentes acervo da catedral, como merecem menção o restauro da pia batismal da catedral, de incalculável valor sentimental a todos nós que ali nascemos na fé e para a Igreja, e a escultura e pintura de uma imagem de santa Josefina Bakhita, por ele doada à igreja na comunidade denominada Patos, pertencente à catedral. São inúmeros os restauros, reparos, retoques e ajustes feitos pro seu Érico Lopes em muitas obras de artes espalhadas por Livramento e região, de acervos e devoções particulares como pertencentes a igrejas da nossa Diocese. E isso tudo feito no silêncio de quem tão somente queria colaborar, o que acabou por transformar os feitos em nobre simplicidade. Em nossas memórias ficam a lembrança de um artista simples, de fé, que não foi capaz de tornar despercebida sua imagem de artista e presença em nossa comunidade eclesial. A casa de seu Érico e obras lá existentes agora formam um legado sem igual deixado à posteridade livramentense, cujos cuidados e preservação cobram dos herdeiros sensibilidade e irrenunciável esmero de que ama a arte. Pe. Rinaldo Silva Pereira Chanceler do Bispado

  • MEMÓRIA: SIMPÓSIO SOBRE A “LUMEN GENTIUM” – II ENCONTRO DOS EX-ALUNOS DA ETEL.

    Na tarde do último sábado, dia 30 de agosto, aconteceu, no Centro Diocesano, o II encontro dos ex-alunos da Escola de Teologia para Leigos da Diocese de Livramento de Nossa Senhora. O encontro deste ano contou com a realização de um Simpósio sobre a Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II “Lumen Gentium” (Luz dos Povos) sobre a Igreja, promulgada em 21 de novembro de 1964. No ano passado, no I encontro, a temática de reflexão foi a primeira Constituição aprovada pelos padres conciliares, promulgada em 04 de dezembro de 1963, “Sacrosanctum Concilium” sobre a Sagrada Liturgia. Neste ano, em que também comemoramos os 10 anos de episcopado do nosso bispo, Dom Armando Bucciol, o encontro dos ex-alunos coincidiu com o cinquentenário da Constituição Dogmática “Lumen Gentium”. No Simpósio, foram estudados 4 capítulos da “Lumen Gentium”:  o II – “O Povo de Deus”; o III – “A constituição hierárquica da Igreja e em especial o episcopado”;  o IV – “Os Leigos” e o V – “A vocação de todos à santidade na Igreja”. Dom Armando coordenou a mesa, e iniciou fazendo um apanhado histórico do contexto em que se deu o Concílio Vaticano II e das luzes que ele trouxe para a nossa Igreja, que caminha na História. Participaram da mesa, na apresentação dos capítulos, o Pe. Osvaldino Barbosa, O Pe Eutrópio Aécio de Carvalho (ambos da Diocese de Caetité), a Profª Dra. Sônia Maria Reis (UNEB, Campus XII – Guanambi-BA) e o Mons. Martinho (Vigário Geral da Diocese de Vittorio Veneto, na Itália). A abertura do Simpósio foi feita pelo Pe. Rinaldo Silva Pereira, Chanceler do Bispado, que relembrou a trajetória do nosso bispo desde quando chegou à Diocese, destacando o seu empenho no trabalho pastoral e a sua generosidade de pastor, que não mede esforços para zelar por todas as suas ovelhas. Mais de 100 pessoas estiveram presentes no Auditório Diocesano. ABERTURA DO SIMPÓSIO 10 ANOS DE EPISCOPADO DE DOM ARMANDO CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA LUMEN GENTIUM Boa tarde a todos. Senhores, senhoras… Entendemos ser este simpósio sobre a Constituição Dogmática Lumen Gentium o começo das comemorações dos 10 anos de episcopado do nosso amado bispo dom Armando Bucciol. Para este momento foi-me solicitada uma palavra. O que dizer? Penso mais adequado ao momento um retorno no tempo, até alcançarmos 21 de janeiro de 2004. Naquele dia, às sete horas da manhã, o então nosso Bispo, Dom Hélio Pascoal, pôde romper o segredo pontifício e anunciar aos seus diocesanos que o papa, hoje São João Paulo II, nomeara o novo bispo da nossa Diocese. Tratava-se do padre Armando Bucciol, italiano, da diocese de Vitorio Veneto, que há 12 anos, como fidei donum, trabalhava na vizinha Diocese de Caetité. Até onde foram permitidas, as coisas estavam preparadas e, a partir daquele momento, elas adquiriam a velocidade que mereciam. Manhã auspiciosa aquela! Sem mais a necessidade do segredo, logo foram iniciados os repiques dos sinos da catedral, e penso que o mesmo foi feito em todas as paróquias; de ouvido a ouvido, por cartas, telefonemas, telegramas e até e-mails, ainda incomuns, a alegre notícia se fez fazer chegar a todos os cantos da Diocese e fora dela. Ainda nas primeiras horas da manhã o tradicional carro de som começou a percorrer as ruas desta cidade convocando a população para a Missa de ação de graças que seria celebrada à noite, na catedral. E o mesmo se fez. A catedral ficou repleta de fiéis. A um determinado ponto da homilia, Dom Hélio, voltando-se para a barroca imagem da padroeira entronizada no altar mor, e para ela apontando o dedo, disse: “Eu tenho certeza que uma escolha tão excepcional como a que testemunhamos hoje só foi possível por ela intercedeu, tem o dedo dela nisso. Ele é muito mais capaz do que eu, porque ele já conhece a realidade e tem a experiência que me faltava em 1967. Ele é italiano, mas tem seu coração em nosso sertão”. Providências tomadas, chegamos a 17 de abril de 2004, quando a cidade de Guanambi recebeu diocesanos de Livramento e Caetité, italianos e gente vinda de tantos outros lugares para participar da ordenação do novo Bispo da Diocese de Livramento de Nossa Senhora. E no outro dia, vimos a Diocese de Caetité, qual mãe providente, entregar à sua filha unigênita o esposo que ela mesma atraíra ao próprio território 12 anos antes. Presenciamos no limite da nossa Diocese um gesto do nosso novo Bispo: transpondo-se o Rio São João, por primeiro Dom Armando curvou-se ao chão e beijou os primeiros palmos de terra da sua Diocese. Acompanhado por muitos, ele avançou em direção à sede diocesana, e foi realizada a cerimônia de posse na presença de uma multidão já mais vista na praça da catedral. Que bela festa! É, mas como a vida não é feita somente de festa – e dom Armando bem sabe e ensina isto – havia muito mais o que fazer, havia situações urgentes e setores da vida diocesana agonizavam. Num ritmo célere, o episcopado de Dom Armando tomou corpo e as orientações do Concílio Vaticano II, até então desconhecidas ou em parte ignoradas, deram forma à nossa vida diocesana: os instrumentos de comunhão e colaboração passaram a ser exigência irrenunciável a todas as paróquias e em nível diocesano; a formação permanente do laicato foi iniciada tempestivamente; a infraestrutura passou por melhoramentos significativos e nós passamos a nos posicionar melhor enquanto Igreja; a vida paroquial passou por restruturação; missões populares passaram a fazer parte do nosso calendário anual; as pastorais sociais adquiriram força e hoje há milhares de cisternas já foram construídas nas casas onde a seca é mais intensa, promovendo, assim, e inclusive, geração de empregos. Com uma catequese litúrgica insistente feita por dom Armando, nossas liturgias, paulatinamente, se tornam mais sóbrias e essenciais. Nesta tarde, enquanto aqui estamos, por certo, em várias comunidades desta Diocese, catequistas formam catequizandos, nas mais variadas fases, a partir do material produzido pela mente e mãos de Dom Armando; e quantos se sentem mais seguros em sua escolha vocacional porque aqui vieram e vem aos encontros vocacionais; o seminário garante-nos um futuro, o mais promissor que se pode almejar em termos de ministério presbiteral.  E quantos leigos e leigas concluíram ou estão a caminho de concluir o curso de teologia a ele destinados nesta Diocese! Deus seja louvado! E mais: Se as estradas desta diocese, até mesmo as mais intransitáveis, se elas pudessem falar, com certeza nos dariam notícias de quantas vezes elas foram percorridas pelo nosso Bispo, até mesmo nas altas horas da noite e correndo perigo, para alcançar as comunidades, até mesmo as mais longínquas, pequenas e desconhecidas, onde talvez residam os menores, portanto os primeiros na destinação dos cuidados pastorais. Como não fazer menção aos atendimentos individualizados, ao tempo dedicado aos pecadores no confessionário, auxílio aos padres em todas as localidades! Como deixar fora dessas palavras o cuidado quase que obstinado aos jovens, que ainda são tantos, e aos crismandos em sua caminhada à maturidade cristã! Como se as fronteiras desta Diocese fossem curtas, Dom armando ainda encontra tempo e motivação para auxiliar a tantos que dentro e fora dos limites desta nação pedem uma ajuda ao Bispo de Livramento de Nossa Senhora. E quantas coisas boas me escapam neste momento, mas que foram feitas ou incentivadas por nosso Bispo, não por desencargo de consciência nem por pressão do ofício, mas pela convicção que o ministério episcopal é um serviço. Por isso e por muito mais é que aqui estamos num clima de festa, de agradecimento e, por que não dizer, também de esperança. Dom Armando, embora nem sempre pareça, mesmo sem entender como deveríamos, no seu sentido mais genuíno, os seus incentivos e cobranças; mesmo sem corresponder, na totalidade, aos seus estímulos de evangelização, formação e organização; mesmo se, às vezes, discordamos de algumas ideias, mesmo assim queremos, queremos muito, Dom Armando, a continuidade de tudo isso. Queremos continuar vendo que o senhor agarra a cruz peitoral quando quer insistir conosco em algo para o qual parece não ter força suficiente de convencimento; queremos continuar ouvindo  “um pouco por vez” para sermos consolados quando nos damos por incapazes; queremos continuar ouvido “basta” quando quer nos dizer que estamos indo longe de mais; queremos continuar ouvindo “ até isso!” para sentirmos sua solidariedade diante das exclamações que a vida nos leva a fazer; queremos continuar ouvindo o barulho do seu anel que vai de encontro à mesa, quando, nas reuniões ou em outras ocasiões, o senhor insiste em nos dizer que está certo em suas convicções; queremos continuar ouvindo “escuta…” quando o senhor pretende nos dar um serviço além do que já temos em nossas mãos; queremos continuar ouvindo “pelo amor de Deus!” quando o senhor discorda do que falamos ou fazemos; queremos continuar ouvindo “vejam bem!” como prenúncio que algo sério será logo dito. Queremos, queremos continuar ouvindo o senhor chamar de bonito o feio, que somente o amor faz ser contemplado como tal, porque é verdade, Dom Armando, que, para quem ama, o feio, bonito lhe parece.  Muito obrigado, Dom Armando, porque se é maravilhoso pertencer a esta Diocese, também é muito bom ter o senhor como nosso Bispo. Dom Armando, peço que não veja nestas palavras uma espécie de Captatio benevolentiæ. Não, elas não são isso, mas pretendem ser apenas um jeito de dizer, não o único possível nem com esquemas didáticos, mas pelo sentir do coração, que seu episcopado, nestes 10 anos, tem sido, para nós, ainda que neste recanto do mundo, o desdobramento da Constituição Dogmatica Lumen Gentium cujo cinquentenário estamos celebrando e que nos ensina um novo jeito de ser Igreja. Hoje, 10 anos após, entendemos que aquele beijo dado à terra, foi desdobrado em muitos gestos de amor. Sentimos cumprir a afirmação de Dom Hélio naquela feliz homilia, pois a escolha foi excepcional e se houve a intercessão de Maria, a senhora a quem pertence estas terras, Aquele que a tudo provê não se fez esperar, mas nos mandou o senhor, o nosso Bispo, a quem muito amamos. Muito obrigado! Pe. Rinaldo Silva Pereira Chanceler do Bispado

  • MEMÓRIA: EIS-NOS AQUI! – ORDENAÇÃO DIACONAL DE PABLO E MAX

    Os dois são filhos da nossa Diocese, mas vieram de paróquias diferentes, com histórias pessoais e vocacionais diferentes, temperamentos que não se assemelham. No entanto, vimos essa dupla realidade convergindo ao único propósito do ministério ordenado, o que fez com que ambos se tornassem parceiros na caminhada vocacional, desde o começo, culminando na ordenação que deu à nossa Diocese dois novos diáconos, sendo eles Max Sabrino Rodrigues Vieira e Pablo Wilson Lima Dourado. Certo é que o querido, desejado e esperado tomou forma por uma sóbria e solene celebração presidida por nosso Bispo diocesano Dom Armando Bucciol, no último dia 03, sob o olhar materno de Nossa Senhora do Livramento, em nossa igreja catedral. Barrados pela COVID-19, à celebração não éramos muitos, sendo ao todo quinze padres, incluindo o mestre de cerimônias e o regente do coro; e mais, seis diáconos, seminaristas, familiares e amigos, não ultrapassando o limite previsto de cem pessoas.  Tudo foi feito com cuidado personalizado, somando forças e dons especiais, atingindo decoração, escolha dos cantos, arranjos musicais e cadência do cerimonial. Para os cantos, escolhidos pessoalmente pelos Ordinandos, juntaram-se membros do coral de Dom Basílio, catedral e Taquari, que, regidos pelo padre Júlio César, puderam executar na devida medida tudo o que fora cantado na solenidade, enquanto o cumprimento das rubricas sagradas ficou sob os minuciosos cuidados do padre Gonçalo Aranha, recém-nomeado para o oficio de cerimoniário episcopal, apenas para formalizar um trabalho que desde a distante época de coroinha ele já executava com perfeição. Pelo ritmo dado à cerimonia e pela transparente alegria, Dom Armando disse que estava presidindo os sagrados ritos com o maior agrado. Durante a homilia, ele falou aos ordinandos como a filhos espirituais, não deixando passar despercebidas as obrigações que se abraça quando decide seguir o Cristo como casto, pobre e obediente. Doravante, o sim dado pelos agora diáconos terá forma pelo diaconato transitório, que os conduzirá à realização da vocação em si, o presbiterado. Pe. Rinaldo Silva Pereira Chanceler do Bispado

BanerBase.jpg
  • Instagram
  • Facebook
  • Youtube
  • Whatsapp
  • Spotify

DIOCESE DE LIVRAMENTO

DE NOSSA SENHORA

Rua Deoclides Alcântara, 110. Centro.

Cx. Postal 02. CEP: 46140-000
Livramento de Nossa Senhora (BA)
Tel.: (77) 3444-2433 | (77) 99916-6506
E-mail:
curialivramento@gmail.com

E-mail enviado com sucesso!

Receba nossas notícias!

© 2025 - Todos direitos reservados - Diocese de Livramento - Agência Redentor

bottom of page