Atos
1,1-11;
Efésios
1, 17-23;
Marcos
16,15-20
O hino que introduz a Oração Eucarística, o prefácio,
diz: “Vencendo o pecado e a morte, vosso Filho, Jesus, Rei da Glória, subiu
hoje ante os anjos maravilhados ao mais alto dos céus. E tornou-se mediador
entre vós, Deus, nosso Pai e a humanidade redimida, juiz do mundo e Senhor do
universo”. Nestas poucas palavras se resume o sentido da solenidade que hoje
celebramos.
A PALAVRA de DEUS - primeira leitura
(Atos) e evangelho - conta de Jesus que se ‘despede’ dos seus discípulos. Depois de dizer, isso, Jesus foi levado ao
céu, à vista deles. Uma nuvem o encobriu... (Atos); Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e
sentou-se à direita de Deus (Marcos 16, 19). As últimas palavras de Jesus
contêm a promessa de um dom e a entrega da missão: Recebereis o poder do Espírito
Santo... para serdes minhas testemunhas... até os confins
da terra (Atos); Ide pelo mundo
inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! ... Os discípulos saíram e
pregaram por toda parte (Marcos).
Poucos dias separam a morte de Jesus
dessa despedida. Mas, como estão mudados, agora, os seus companheiros! A paixão
e morte do Mestre e Senhor os transformou. Agora estão compreendendo tudo o que
ele ensinou e o projeto que veio plantar na terra. A luz do Ressuscitado os
ilumina e ajuda a entender o plano de Deus sobre a história humana. A luminosidade
dos eventos pascais os tornaram aptos para assumirem a missão: anunciar com o
testemunho de suas vidas, esse extraordinário acontecimento. A morte foi vencida,
o futuro de Deus é repleto de esperança; portanto, vale a pena sair pelo mundo
afora e anunciar a todos qual é a
esperança que o seu chamamento nos dá, qual a riqueza da glória que está em
nossa herança com os santos, e que imenso poder ele exerceu em favor de nós que
cremos. São as palavras do apóstolo Paulo que escutamos na II leitura.
Para os discípulos de Jesus começa a
grande missão. Sem inúteis curiosidades (ex. Senhor, é agora que vais restaurar o Reino em Israel?) e sem medo,
eles devem ir pelo mundo inteiro e continuar a missão que
foi de Jesus. Não podem ficar com o nariz virado para o céu, mas ir pelo mundo inteiro e anunciar a Bela
Notícia do amor, da misericórdia e do perdão de Deus (Evangelho). O
mundo inteiro espera conhecer ‘a esperança que Deus nos dá e a riqueza da
glória que está na herança com os santos’ (cf. II leitura).
Com a despedida de Jesus, nós cristãos
“membros do seu corpo, somos chamados na esperança a participar da sua glória”
(Oração). Por isso, nós, enquanto caminhamos neste mundo, ‘convivendo na terra
com as realidades do céu’, pedimos que os nossos corações permaneçam “voltados
para o alto, onde está junto do Pai e nossa humanidade” (oração após a comunhão).
Em Jesus que subiu ao céu com a totalidade de sua humanidade, algo da nossa humanidade
já alcançou o céu. Aí, um dia, nós também esperamos chegar.
Perguntemo-nos: A espera do futuro que Deus nos
promete com a ressurreição de Jesus, estimula-nos para uma vida melhor e a
fidelidade em nossos compromissos cotidianos?
Dom Armando