Nesta
quinta-feira, inicia a celebração do Tríduo Pascal, ou seja, o período de
tempo que vai da tarde de quinta-feira Santa até a manhã do Domingo de Páscoa.
São
João Paulo II, ainda papa escreveu na carta aos sacerdotes, por ocasião da
Quinta-feira Santa de 1999, “o Triduum Sacrum, os dias santos por excelência,
durante os quais misteriosamente participamos no regresso de Cristo ao Pai, por
meio da Sua Paixão, Morte e Ressurreição. De fato, a fé garante-nos que essa
passagem de Cristo ao Pai, ou seja, a Sua Páscoa, não é um acontecimento que
diga respeito só a Ele; também nós somos chamados a tomar parte nela: a Sua
Páscoa é a nossa Páscoa”.
Na
Quinta-feira Santa, começamos com a
celebração da Ceia Pascal, em que nós fazemos memória
da grande ceia da despedida, que começa, segundo o evangelista João, com o
gesto do lava-pés. Cristo manifesta sua disponibilidade a amar até o fim, ele
se considera o servo da humanidade.
Sexta-feira
da Paixão, depois da Ceia Pascal, com a celebração da Eucaristia, memória viva
do maior mistério do amor de Deus, do sacrifício de Cristo até as últimas
consequências, eis que, na sexta-feira, nós celebramos este rito sóbrio de uma
intensíssima espiritualidade da morte do Senhor. Naquele dia, a Igreja não tem
a celebração da eucaristia, mas convida seus fiéis a olhar, a contemplar o
crucificado, Cristo que morre na Cruz. Ele nos amou até doar a última gota do seu
sangue.
Por
fim, no Sábado Santo, depois do silêncio, em que a Igreja
medita e reflete Cristo morto, eis que chegamos à noite da Vigília Pascal, em
que celebramos a vitória de Cristo sobre a morte, a morte foi vencida e a
Igreja vibra e renova a sua fé, a sua esperança numa plenitude vivida de
realização que Cristo já semeou, plantou na terra e que nos fins dos tempos se
realizará plenamente. A Vigília Pascal conclui o tríduo.
É interessante observar que o sinal da Cruz que se
faz começando a Eucaristia na quinta-feira e repetimos com bênção final na
celebração da Vigília Pascal e, através desse simbolismo litúrgico, expressamos
essa unidade dos três momentos celebrativos que caracterizam esse tríduo sacro.
Dom Armando