
Leituras:
(antes da procissão: Marcos 11,1-10);
Isaías
50, 4-7;
Salmo
21/22;
Filipenses
2,6-11;
Marcos
14,1-15,47.
Com a celebração de hoje, a liturgia
nos introduz na grande Semana Santa! Revivemos os últimos acontecimentos da
vida de Jesus, de sua morte e ressurreição.
A celebração deste domingo
começa – fora da Igreja - com a proclamação do evangelho de Marcos que conta de
Jesus que chegou em Jerusalém, a Cidade santa, acolhido pelos pequenos e pobre;
esses reconhecem nele o Messias de
Deus. Entra cavalgando um jumentinho, símbolo dele ser rei pacífico, que quer
reinar como Servo do Senhor: “Bendito seja o reino que vem, o reino de
nosso pai Davi!”.
Os últimos eventos da vida de
Jesus são dramatizados também com a procissão
de ramos, até a Igreja, onde
segue a celebração da Missa. Na oração
se pede a Deus de “aprender o ensinamento da paixão do Senhor e ressuscitar com
ele em sua glória”.
A Liturgia da Palavra justifica o segundo título deste Domingo: “da
paixão do Senhor”; lembra de como era celebrado em Roma.
Na primeira leitura se
proclama o terceiro cântico do Servo do
Senhor: “Ofereci as costas para me
baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões
e cusparadas”. O texto (ainda do sexto século antes de Cristo), antecipa
com algumas pinceladas o que aconteceu na paixão de Jesus e prepara para a
escuta da Paixão segundo o
evangelista Marcos. O Servo manifesta
confiança em Deus e fortaleza em afrontar os sofrimentos.
A segunda leitura faz
meditar com o texto, de extraordinária beleza e profundidade, que Paulo coloca
em sua carta aos cristãos de Filipos; provavelmente, um canto litúrgico daquela
comunidade tão amada pelo Apóstolo: Cristo...
esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo... humilhou-se a si
mesmo... até a morte, e morte de cruz Por isso, Deus o exaltou acima de tudo”.
A escuta da paixão do Senhor
gera sempre sentimentos de dor e tantas perguntas. Porque uma pessoa tão boa,
justa e fiel a Deus, foi tão injustiçada? A resposta última permanece no
mistério de Deus. Mas, uma rápida leitura da vida de Jesus dá algumas
orientações. Jesus escolheu ficar do lado dos mais pobres, dos socialmente ‘sem
voz nem vez’, dos ‘pecadores; Ele quis assumir a defesa deles, em nome do
projeto divino de perfeita igualdade: todos somos filhos do mesmo e único Pai!
Isto provocou a reação dos que não queriam mudanças e defendiam, com unhas e
dentes, seus privilégios. Jesus foi fiel até o fim! Não recuou, somente confiou
na fidelidade do Pai, na certeza de que,
dessa maneira, Ele seria fiel ao divino projeto. Sua existência terrena foi
sustentada pelo amor de Deus. Por isso, continuou curando doentes, também em
dia de sábado; acolheu e deu o perdão a qualquer um que o procurasse, anunciou o mundo novo – o Reino – da perfeita justiça e fraternidade.
Um alerta para nós: quem
pretende seguir a Jesus fique pronto a enfrentar as mesmas reações dos que se
acham superiores as demais e querem dividir e dominar, excluir e julgar. Só um
amor grande e transparente pode salvar, junto com a misericórdia divina.
Esta Semana seja repleta de luz
e paz, de oração e reflexão, de perdão invocado (também com o Sacramento da
penitência) e de perdão partilhado. É um bom caminho para se preparar às festas
de Páscoa.
Dom Armando