LEITURAS:
1ª Leitura - Ex 19,2-6ª
Salmo - Sl 99,2.3.5 (R.3c)
2ª Leitura - Rm 5,6-11
Evangelho - Mt 9,36-10,8
Salmo - Sl 99,2.3.5 (R.3c)
2ª Leitura - Rm 5,6-11
Evangelho - Mt 9,36-10,8
“O Reino dos Céus está próximo. Curai
os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os
leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!”
Irmãos e irmãs. Neste domingo
do Senhor, as leituras nos mostram o verdadeiro ato apostólico. Dois princípios
parecem muitos claros. Primeiro: é Cristo que convoca os apóstolos. Por isso, o
apostolado é uma graça de Deus, não mérito humano, mas obra do Espírito Santo: “O
Reino dos Céus está próximo. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai
os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebeis, de graça deveis dar!” (v.
8). A gratuidade deve ser condição essencial na vida do enviado. Em
contrapartida a gratuidade junta ao desapego, são uma das maiores dificuldades
do coração humano, que quer ser independente e autossuficiente, buscando muitas
vezes o reconhecimento que não condiz com a gratuidade apostólica.
Outro Princípio é a
abertura do coração. De quem quer ser enviado se exige um coração aberto e
compassivo. Jesus sem restrições, parte da compaixão e da misericórdia se
coloca na condição de quem sofre. Na verdade, só pode ajudar alguém aquele que
participa da necessidade do outro, aquele que se coloca não apenas ao lado, mas
na pessoa do outro compartilha do seu sofrimento. Jesus assume nossa condição
em tudo, menos o pecado. Certamente teve suas necessidades, e sofreu nossos
condicionamentos, inclusive passou pela dor da morte.
Nosso exemplo é Jesus
Cristo, o grande enviado do Pai. Ninguém teve um coração mais aberto do que
Ele. Ter o coração aberto é ser misericordioso, Jesus é a misericórdia divina.
Ter um coração misericordioso é condição essencial para ser apóstolo.
No Evangelho de hoje
aparecem duas palavras: Discípulos,
que quer dizer: aquele que aprende. Os fariseus e os escribas tinham
discípulos, também João Batista os tinha. Jesus tem seus discípulos e os
instrui, dando-lhes como distintivo o amor mútuo, como oração o Pai Nosso, e
não lhes promete nada a não ser o Reino de Deus. Entre os discípulos de Jesus
havia doze a quem Jesus chamou Apóstolos,
que significa o enviado, mensageiro. Jesus é quem envia e quem lhes mostra como
se portar diante da mensagem a ser enviada. A mensagem é o Reino de Deus: “Em
vosso caminho, anunciai: o Reino dos Céus está próximo”. (v.7). E os destinatários são as
ovelhas sem pastor, cansadas sobre o peso de tantas moralidades e sem
esperança.
Não se é apóstolo pela própria cabeça, fazendo o que quer ou
trabalhando quando quer. O apóstolo é um prolongamento do próprio Cristo, com
uma missão específica: anunciar na comunidade o Reino de Deus e mostrar como
torná-lo atuante e eficaz.
O número dos doze não é nada ocasional. Também eram doze as
tribos de Israel. Os Doze significam “todos”. Entre todos que Jesus escolheu
não vemos citar ideologia, religião ou origem dos escolhidos. Tudo é bem
diversificado, vai de pescadores a Mateus cobrador de impostos e socialmente
odiado, passando por Simão, que era um “Zelota” até Judas Iscariotes. Ao lado
da misericórdia, Jesus confia sem limites e crê no projeto do Pai. Do apóstolo,
Jesus não pede senão compaixão e gratuidade.
Jesus no fim do evangelho fala que a missão deve acontecer
primeiramente dentro da própria comunidade, “Não deveis ir onde moram os
pagãos, nem entrar na cidade dos samaritanos! Ide, antes, às ovelhas perdidas
da casa de Israel!” (v. 5-6). Assim também deve ser nossa missão, primeiramente
em nossa casa, nossa família, nossa comunidade.
A grandeza do missionário não está na grande oratória ou no
imenso campo missionário onde exerce seu apostolado, mas sim na consciência de
ser um porta-voz de Jesus Cristo e, portanto, pela grandeza de sues gestos de
compaixão e misericórdia. Com a palavra, deve ir seu testemunho de amor para
com todos.
Por fim, Jesus fala de alguns males a ser combatido, que
certamente machucam a comunidade e tiram a dignidade da pessoa. O missionário
não deve ser apenas portador da palavra, mas anunciador do Reino de Deus e este
reino comporta vencer tudo que diminui a dignidade humana e abrir as portas já
aqui na terra para a eternidade.
Pablo Wilson Lima Dourado
2° ano de teologia
2° ano de teologia