Leituras:
1Rs 8, 41-43
Sl 116
Gl 1-1,2.6-10
Lc 7, 1-10
A
oração do dia abre o nosso coração para acolher, compreender, guardar no
coração e praticar na vida a Palavra do Senhor a nós dirigida neste domingo: “Ó
Deus, cuja providência jamais falha, nós vos suplicamos humildemente: afastai
de nós o que é nocivo, e concedei-nos tudo o que for útil...” É esta a intenção
da mensagem divina: ter utilidade em nosso dia-a-dia, tornando-nos íntimos a
Deus e mútuos servidores. Na primeira leitura, do primeiro livro dos Reis, o
Rei Salomão dirige ao Senhor uma oração, pedindo-lhe que, caso um estrangeiro
(não judeu) o invocasse no templo que havia construído, fosse atendido, de modo
que todos os povos da terra conhecessem e respeitassem o nome do Senhor como o
fazia Israel. Ora, Israel alegava diante de Deus atenção aos seus pedidos por
ser o povo escolhido. Esta oração de Salomão, portanto, significa abertura a
estrangeiros, uma vez que, na compreensão religiosa judaica, o Senhor habitava
o templo para ouvir os israelitas. No Santo Evangelho, segundo São Lucas, Jesus
admira-se com a fé justamente de um não judeu: o oficial romano que pedia a
cura para seu empregado: “Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei
tamanha fé” (v.9). De fato, o oficial havia sido humilde e piedoso em suas
palavras: “Não sou digno de que entres em minha casa..., mas ordena com a tua
palavra e o meu empregado ficará curado” (vv.6-7). Certamente, histórias do
ministério de Jesus como essa foram decisivas durante o debate da Igreja
primitiva sobre a missão aos pagãos. Assim lemos nos Atos dos Apóstolos, também
atribuído ao evangelista Lucas: “Dou-me conta, em verdade, que Deus não faz
acepção de pessoas, mas que, em qualquer nação, quem o teme e pratica a
justiça, lhe é agradável” (At 10,34-35). E Nosso Senhor Jesus Cristo, na cura
do empregado do oficial romano, nos revela um Deus que não fica restrito às
paredes do templo, mas que vai ao encontro do ser humano, inclusive o pagão, em
sua casa, no lugar onde está e lhe demonstra toda a sua compaixão. Deus vem até
nós porque é amor que se doa sem reservas. Acolhamos Jesus e sua proposta de
amor e sejamos seus colaboradores e irradiadores de sua salvação, indo até onde
estão aqueles que precisam de nossa presença, ajuda e consolo. Este é o
Evangelho que recebemos, como nos lembra o Apóstolo Paulo na segunda leitura,
onde se mostra duro com os gálatas pelo abandono e tentativa de mudança do
evangelho de Cristo. Quando misturamos a fé com nossos interesses, abandonamos
Cristo, pois o reduzimos ao tamanho de nosso egoísmo. Perguntemo-nos, deste
modo: “Será que estou buscando a aprovação dos homens ou a aprovação de Deus?
Ou estou procurando agradar aos homens?”. E Paulo afirma: “Se eu ainda
estivesse preocupado em agradar aos homens, não seria servo de Cristo” (Gl 1,10). Que o Espírito Santo possa extirpar nossos
medos e nos habilitar a pedir sempre ao Pai de Jesus e nosso, como na oração do
dia: “afastai de nós o que é nocivo e concedei-nos tudo o que for útil”.
Sem. Weverson Almeida
3º
ano Teologia