A
Ressurreição de Cristo é, por excelência, o penhor da nossa salvação. Jesus
carregou sobre si todos os nossos pecados, “humilhando-se a si mesmo,
fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2, 8), provou que a vida
tem primazia e seu poder sobre a morte é invencível. Apesar de ter descido à
mansão dos mortos, trouxe-nos a vida plena, pois “Ele não está aqui (no
sepulcro). Ressuscitou!” (Lc 24, 6). Assim, somos convidados pela
espiritualidade do Tempo Pascal a mergulhar na profundidade do mistério da
passagem de Cristo da morte para a vida, contemplando com alegria a sua vitória,
que é também o nosso triunfo. Olhando para o Ressuscitado, alegremo-nos com aqueles
que foram ao sepulcro procurar Jesus, mas surpreenderam-se quando depararam com
a pedra removida. Exultemos com a Igreja que na noite da Vigília Pascal aclamou
com júbilo: Ó noite em que Jesus rompeu o inferno, ao ressurgir da morte
vencedor: de que nos valeria ter nascido, se não nos resgatasse em seu amor? Por
esse motivo, rompeu-se o silêncio para que o aleluia despontasse como o mais
excelso louvor da humanidade Àquele que presenteou-nos com a vida eterna. Da
escuridão e da frieza do túmulo eclodiu a esperança da plenitude de nossa
existência, fazendo-nos experimentar os frutos da ressurreição do Senhor. Com
efeito, encontramos muitos desafios para experienciar a libertação do pecado e
a graça da vida nova. Trata-se daqueles sinais de morte presentes no cotidiano
de nossa realidade: drogas, violência etc. e mortes, não somente no sentido
biológico, mas espiritual. Deparamos com uma realidade líquida, na qual algumas
pessoas demonstram pouco interesse pelos assuntos a respeito de Deus e da vida
eterna. Às vezes, rejeitamos até as quedas, as feridas e a própria cruz de cada
dia, presumindo que a nossa vida consista apenas nos prazeres momentâneos, sem
dificuldades. Dessa forma, não permitiremos, jamais, a entrada do Ressuscitado
em nossas vidas para que aconteça uma restauração plena da nossa humanidade.
Portanto, é preciso assumir nossa condição humana para experimentar a
santidade. Além disso, é necessário removermos as pedras que ofuscam nossas
vidas, impedindo-nos de contemplar a beleza da vida nova oferecida por Jesus.
Esta, consequentemente só acontece, quando deixamos resplandecer em nós a luz
do Ressuscitado uma vez que a sua vitória sobre a morte é o fundamento de nossa
fé. Não obstante, temos um sentimento que deve nos acompanhar, especialmente
neste Tempo, trata-se da alegria, o dom e, ao mesmo tempo, um critério
significante para o reconhecimento e a acolhida do Senhor ressuscitado em nosso
meio. Destarte, não podemos sufocar em nosso interior a notícia da
ressurreição, mas testemunhá-la para todos. Visto que, “todo aquele que crê em
Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados” (At 10, 43). Portanto, com muita
alegria, anunciemos a vitória de Cristo a todos, na tentativa de vencer os
sinais de morte e construir um mundo voltado para a vida que Deus quer. Uma
vida que “aspira às coisas celestes e não às coisas terrestres” (Cl 3,2).
Então, alegremo-nos no Senhor ressuscitado porque morremos para o pecado, mas
nascemos para Deus. Feliz e abençoada Páscoa do Senhor para todos!
Marcos
Bento
2º Filosofia