Em tempos modernos, onde a vida
parece caber dentro de um “tablet”, e tudo aparentemente se resolve via
internet será que ainda é viável, necessário o cultivo da fé? Qual motivação
precede os corações daqueles que acreditam na singularidade de uma vida
enraizada pela fidelidade a Cristo? Na caminhada existencial, em que a busca de
sentido para a vida tende a ser intensa e nem sempre acertada, questionamentos
como estes não são raros, basta olhar com sensibilidade para as pessoas e
facilmente se enxerga olhares desconfiados, inquietos, ávidos de sentido, como
que a procura de aconchego, ternura, referências. Certamente as necessidades
são tantas e tamanhas, e continuarão sendo, porém, o que se percebe é o “triste
deixar de lado” o essencial. Lamentavelmente nem sempre a sede é saciada porque
não se tem água, e sim porque não se percebe a melhor fonte. “Desacreditar”, também é uma postura de todos que
“acreditam” em alguma coisa; em Alguém, eis, aqui, o desafio: onde estou
depositando minha fé? Diante de Deus eu creio ou permaneço um eterno
desconfiado? É nesse sentido, para ajudar a responder tais perguntas, que o
cristão é convidado a vivenciar profundamente o ano dedicado à reflexão e a
prática da fé. Agir coerentemente com o bonito e empolgante discurso nem sempre
é tarefa realizável; “Senhor, eu creio, mais aumentai a minha fé”,
aqui está uma postura temperante que faz ressaltar sinais de humildade e de
crença. propósito, é agradável perceber
um movimento de retorno a apreciação de elementos, frases, símbolos e demais
indicações relacionadas ao transcendente, a Deus. A fé, assim como o pulsar do
coração, somente pode ser sentida, demonstrada através de gentilezas para com o
Criador. A fé faz parte da essência humana e se parece com um pequeno lago em
que a água fica o tempo todo parada, porém, em dado momento, chega o vento ou
até mesmo alguém e faz com que ela volta a se mexer revelando formas, cores,
ritmos e sentido. Que o ano da fé revire
em nós tudo o que há muito tempo está parado. Que as aspirações sejam pela
verdade. Que a vida seja percebida em sua grandiosidade, e que sejamos capazes
de acreditar em Deus com maior intensidade e fidelidade.
Continuemos,
pois, a caminhar...
Antônio
Carlos
1º ano de
Teologia