Só a luz de Deus
clareia nossas trevas! Só nele nossa felicidade plena! Na busca constante por
Ele, por sua força e sua face, o sentido da vida humana! Continuamos a ouvir
neste domingo do ano “B” da nossa liturgia, o convite do evangelista São Marcos
pela nossa adesão ao caminho de Jesus, caminho de vida nova e de íntima
comunhão com Deus. Nesta liturgia, o cego Bartimeu implora de Jesus piedade e
lhe pede a cura da cegueira. O profeta Jeremias, na primeira leitura, já havia
anunciado que o Senhor acolheria todos os seus filhos dispersos no país do
norte, reunindo-os em Israel, eles que chegariam com diversas experiências de
sofrimento e necessidades: “cegos e aleijados, mulheres grávidas e
parturientes...” (Jr 31,7-9). Bartimeu chama Jesus de “Mestre”. De fato, na
nossa busca pela face de Deus, é Jesus que vai à nossa frente e nos ensina o
caminho e nós somos seus discípulos, que ouvem sua voz. Não há outra via. E a carta aos Hebreus deixa
isso bem claro para nós ao identificá-lo como “sumo sacerdote” (Hb 5,1), ou
seja o pontífice, aquele que faz a mediação entre nós e Deus. E somos tão
agraciados que este pontífice, embora cumulado de suprema honradez, se fez
igual a nós, conhece nossas fraquezas, e, por isso, “sabe ter compaixão dos que
estão na ignorância e no erro, porque ele mesmo está cercado de fraqueza” (Hb
5,2). Sabendo, portanto, do supremo sacerdócio de Jesus e reconhecendo nele
nosso mestre, somos convidados nesta liturgia à mesma fé do Filho de Timeu, fé que
nos faz andar sem temor na “luz maravilhosa” do Senhor. O convite do versículo 49 do Evangelho é feito
também para cada um de nós: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama!”, ou seja, te
chama a uma vida nova, alta, sublime, pautada em Deus, livre da escravidão do
pecado e da escuridão que nosso egoísmo nos submete. Peçamos então sem temor a
Jesus neste domingo: Senhor, tem piedade de mim! Cura minha cegueira! Me
envolve com tua luz! Não deixa que o medo ofusque a generosidade da tua graça
na minha vida! Me faz ser melhor! Não me deixes nas trevas da ignorância! Não
deixe que minha vivência religiosa seja em vão, superficial, mas que eu te
tenha por referencial e a face do Pai por objetivo maior. Que o amor a mim
mesmo não impeça minha doação aos irmãos! Que as dificuldades, problemas,
picuinhas da vida da igreja não falem mais alto que a majestade do teu projeto
que celebramos devotamente em cada liturgia. Que eu saiba a cada dia me
abandonar a ti e seguir-te. Concluindo o mês missionário, deixemo-nos também
conduzir pelo Espírito Santo, para que sejamos todos nós também instrumentos na
mão de Deus, de forma a conduzirmos outros, nossos irmãos e irmãs, à mesma luz
que é Cristo e seu caminho, ajudando-os a também libertarem-se da cegueira.
Olhemos com especial atenção para os jovens, ao comemorarmos o dia nacional da
juventude e rezemos por todos eles, em especial pelos da nossa diocese, para
que reconheçam, em suas condições, o amor que Deus os tem e sigam sem desanimar
os passos de Jesus, “vida que vale a pena ser vivida”. Que o Senhor nos abençoe e nos guarde!
Sem. Weverson Almeida